Fundação EZUTE 20 Anos – Discurso Takashi Muta

 

Discurso Tarcísio Takashi Muta

Presidente Conselho de Administração Fundação EZUTE

Solenidade 20 Anos Fundação EZUTE

São Paulo, 09 Março 2017

 

Estimadas senhoras, estimados senhores, estimados amigos, o nosso boa noite, e o agradecimento com alegria pela presença de todos, que além de comemorativo dos 20 anos da Fundação Ezute, – antiga Fundação Atech, nos dá a oportunidade de confraternização e congraçamento.

Esperamos seja um momento de agradável descontração, quebrando a rotina especialmente dura nesses tempos conturbados.

Podemos afirmar que são 20 anos de abnegada e teimosa atuação, fazendo a nossa parte para o desenvolvimento brasileiro.

No correr dessas duas décadas, tornamo-nos uma entidade intensiva em Conhecimento e vocacionada para a aplicação prática das ideias que concebemos e desenvolvemos com o propósito de servir ao progresso do Brasil.

Estabelecemos como nossa causa o fortalecimento da soberania do Brasil e a transformação das organizações presentes na estrutura pública, com o objetivo maior de melhorar a vida da população.

Estabelecemos lá na nossa origem um compromisso firme com a entrega dos trabalhos que nos fossem encomendados. Ao todo, já são mais de uma centena de projetos realizados, principalmente nas áreas dos Governos Federal, Estaduais e Municipais, além de Autarquias, alguns projetos no exterior e também para organizações privadas.

Este é um valor intangível que permeia mentes e corações dos colaboradores da Fundação.

E como organização de direito privado e sem fins lucrativos, os resultados são integralmente reaplicados na missão da Fundação, promovendo a inovação, o empreendedorismo, e a sua perenidade.

Mas o que é de fato a Fundação Ezute?

Ao longo dos anos vivencio o desafio de explicar em 1 minuto o que é a Fundação Ezute e o que ela faz.

Como ainda não tenho a solução, peço a sua paciência para tentar sintetizar uma visão da obra em construção, descrevendo rapidamente o contexto onde ela está inserida.        

Atuamos na área da engenharia de sistemas, área dos intangíveis no ambiente do mundo sistêmico, que ainda conta com pouca visibilidade na nossa sociedade.

No âmbito da Defesa, essa necessidade é melhor compreendida e praticada, até porque foi ali a sua origem, especialmente no período da guerra fria no Hemisfério Norte, a partir dos desafios decorrentes e impostos por sua missão.

Nos países desenvolvidos, o fim do ciclo de choques com alcance planetário daquele período abriu caminhos para a utilização desse conhecimento em outras áreas, tanto dos governos como também para a iniciativa privada, especialmente na América do Norte.

Todavia, na realidade brasileira, em particular na operação dos órgãos da Administração Pública, existe ainda incompreensão legal, a partir de uma lei de compras fortemente voltada para aquisições de bens materiais e na consequente atuação de órgãos de controle dos dispêndios públicos. A essa incompatibilidade se junta a dificuldade de uma visão integrada, tornando mais difícil a inserção de formulações sistêmicas e suas modelagens voltadas para resultados. Este é um desafio ainda enfrentado e a ser resolvido.

No Brasil, e em muitos outros países a engenharia de sistemas está ainda fortemente vinculada à atividade de desenvolvimento de software, diferentemente dos centros realmente desenvolvidos, aonde o conceito de “systems engineering” evoluiu continuadamente e está hoje em dia associado à questão de minimizar a complexidade em todas as áreas de sua aplicação, incluindo a de softwares críticos.

Após passar pelas eras do desenvolvimento, a sociedade humana vive agora na era do mundo sistêmico, complexo mas interligado, que rapidamente toma corpo no tecido social, afetando especialmente as organizações públicas, que precisam, mais do que nunca, inovar para poder cumprir a sua missão de atuar com eficiência, eficácia e produtividade, retornando com prestações de qualidade àqueles que pagam impostos. É o comprometimento com a sociedade.

Nesse real mundo sistêmico, podemos afirmar que não se consegue praticar boa gestão, e, portanto não se obtém melhores resultados, sem uma abordagem sistêmica rigorosa e consciente.

Poderíamos dizer que no contexto das empresas de mercado a situação também seria a mesma. A diferença é que, neste caso, a sociedade é soberana para trocar de fornecedor! 

Hoje, tímida, mas felizmente, e por vezes com alguma desenvoltura, já se fala em sistemas, tecnologias críticas, sistemas estruturantes, sistemas de sistemas, centros de comando e controle, centros de inteligência, sistemas de missão etc.

Quando instituímos a Fundação em 1997, já praticávamos estes conceitos, que foram intensamente enriquecidos com os desafios do Sistema de Sistema que era efetivamente o Projeto Sivam.

Nesta sequência de mudanças, a transformação é inexorável, não tem volta e felizmente veio para ficar.

É o mundo sistêmico, onde tudo faz parte de tudo, onde interagem o material e o imaterial, o público interno e externo, o racional e o lógico. – E onde todos ganham!

A combinação do mundo sistêmico com o mundo digital dita novas realidades: não é o peixe grande que come o peixe pequeno. É o peixe mais rápido que come o peixe grande.

Esse é o contexto onde a Fundação Ezute está completamente inserida, e vem se posicionando cada vez mais como parceira dos órgãos do Governo, buscando agregar valor no cumprimento das missões institucionais dos órgãos com os quais tem a oportunidade de colaborar.

É vital se reinventar, se adaptar e se transformar. Por isso nós nos assumimos como uma Organização Viva.

Bem… continuamos com o nosso desafio de 1 minuto…Mas, com essa tentativa de contextualização, vamos voltar ao nosso evento.

Queremos dividir com as senhoras e senhores este dia de vitória…..não ganhamos nenhum campeonato, mas podemos dizer que temos realizado e que temos sobrevivido! Neste nosso Brasil, já não é pouca coisa, para ninguém.

E pegando carona nesse encontro, gostaria de lembrar que em dezembro último encerrei meu ciclo na liderança da gestão operacional da Fundação Ezute, permanecendo tão somente na presidência do Conselho de Administração.

Assim, tenho na minha consciência e no meu coração a necessidade de ampliar, fortalecer e estender o meu agradecimento e reconhecimento:

 

– àqueles que tem sido incentivadores e parceiros da causa que assumimos;

– aos nossos colaboradores atuais e do passado, que com o seu comprometimento tornaram possível chegar até aqui;

– aos nossos Clientes, que dividiram os riscos conosco, e sem a confiança e a paciência dos quais não estaríamos aqui. Adiciono que, percebido ou não por eles, muitos cidadãos foram aqui aquilatados e a convivência nos projetos lhes acrescentou o nosso respeito e o reconhecido civismo;

– Somos gratos a eles, autoridades e técnicos, abnegados servidores públicos e participantes nos destinos da nação, que souberam identificar as necessidades orgânicas e nos impuseram o comprometimento com os resultados desejados, nos dando a oportunidade de exercer a nossa causa;

– aos senhores Maurício Botelho, então presidente da EMBRAER, e Paulo Hisse de Castro, então proprietário e dirigente da Tectelcom, pelo aporte financeiro inicial que permitiu o início de operação da Fundação, abdicando de qualquer participação na sua gestão;

– ao Excelentíssimo Senhor Curador de Fundações do Ministério Público do Estado de São Paulo, Dr Ayrton Graziolli, e sua equipe, pela orientação continuada no aprimoramento institucional da Fundação;

–  ao Ilustríssimo Senhor Dr Samuel Mac Dowell, nosso advogado desde a instituição da Fundação, estruturador daqueles aprimoramentos institucionais, e que tem conosco, desde a origem, o compromisso de não nos deixar errar;

– a todos os familiares, aos meus e dos nossos colaboradores, que compreenderam a dedicação pessoal para a realização de uma causa abraçada com determinação de fazer da Fundação Ezute, uma entidade casada [……mesmo sem ter sido convidada ou ter papel passado…..], com a melhoria do nosso país;

– e, um especial agradecimento a algumas autoridades que, no passado, no exercício dos seus cargos no Governo Federal permitiram que um importante e estratégico projeto concebido no Brasil, de visibilidade e importância internacional, tivesse a presença de uma pequena e atrevida organização composta inicialmente por 81 profissionais dedicados ao domínio e aplicação de tecnologias críticas.

 

Naquele momento foi nos dada a oportunidade de nos tornarmos uma entidade. Estruturamos a organização e induzimos a sua cultura. Assim nasceu a Fundação, num momento político delicado, apresentando-se naquele mês de março de 1997 para assumir a responsabilidade de Empresa Integradora Brasileira do Projeto SIVAM.

Começo citando o Tenente-Brigadeiro-do-Ar Marcos Antônio de Oliveira, figura central na existência da fundação. Tive a felicidade de trabalhar sob sua liderança, e muito aprender desde a idealização do projeto SIVAM no início dos anos 90 do século passado.

Sem a confiança em mim depositada por ele, além da responsabilidade que assumiu junto a autoridades superiores, talvez até tivéssemos feito parte daqueles “engenheiros que viraram suco” nas décadas de 80 e 90, período de crise econômica que destruiu grande parte do conhecimento nacional acumulado nas grandes empresas de planejamento, gerenciamento e execução de projetos de engenharia, por falta de desafios estratégicos que os aglutinassem….. Brigadeiro Oliveira, o senhor foi para nós uma bênção, ao contrário, acredito, de muitos que o consideraram louco na sua decisão. Nossa eterna gratidão !

Também os nossos agradecimentos, e reconhecimento, ao então Excelentíssimo Senhor Ministro da Aeronáutica, Lélio Vianna Lobo; ao então Excelentíssimo Senhor Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Almirante de Esquadra Mário Cesar Flores; e ao então Excelentíssimo Senhor Presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, responsáveis pela viabilização política do Projeto Sivam, marco zero da nossa organização, que infelizmente não puderam estar presentes.

Encerro com um pessoal muito obrigado a todos, e passo a palavra ao nosso Diretor Presidente, Eduardo Marson, que, mesmo com uma bem-sucedida carreira de executivo em grandes empresas, abraçou e assumiu a causa da Fundação Ezute, neste novo ciclo que está iniciando.

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