O novo Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) está pronto. O documento estabelece as diretrizes e ações do Programa Espacial Brasileiro entre 2012 e 2021. No novo PNAE, o aumento da participação da indústria nacional e a implantação de um programa de domínio de tecnologias críticas são as principais metas. A formação e capacitação de pessoal e a ampliação da cooperação internacional também são temas prioritários no documento.
Segundo o presidente Agência Espacial Brasileira (AEB), José Raimundo Coelho, o documento é produto de estudos realizados pela AEB. “Avaliamos os resultados dos três PNAEs anteriores (1996, 1998 e 2005) e também recebemos contribuições de importantes instituições governamentais e privadas em anos recentes”, conta. Além disso, foi feita uma análise da organização e do funcionamento do Sistema Nacional de Desenvolvimento das Atividades Espaciais (SINDAE).
“Acreditamos que o documento servirá como apelo à inventividade e ao empreendedorismo no Brasil”, afirma o presidente da AEB. De acordo com José Raimundo Coelho, é preciso atender às crescentes necessidades e demandas espaciais do país. “Precisamos ser capazes de usufruir, soberanamente e em grande escala, dos benefícios das tecnologias, da inovação, da indústria e das aplicações do setor em prol da sociedade brasileira”. Para isso, ele acredita ser necessário priorizar o desenvolvimento e o domínio das tecnologias críticas, “indispensáveis ao avanço industrial e à conquista da necessária autonomia nacional em atividade tão estratégica”. Para José Raimundo, esse domínio só será alcançado com intensa e efetiva participação sinérgica do governo, centros de pesquisa, universidades e indústrias.
No novo documento busca-se, até 2016, concluir e consolidar diversos projetos em andamento, destacando-se os projetos dos Satélites Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres CBERS-3 e CBERS-4, o foguete Cyclone-4, que será lançado a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (MA), o Veículo Lançador de Satélites (VLS), o Veículo Lançador de Microssatélites (VLM), do satélite Amazônia-1 e o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC).
No período de 2016 a 2021, denominado como fase de expansão, busca-se o desenvolvimento de novos projetos de maior complexidade tecnológica, compreendendo a continuidade do programa Amazônia (AMZ-1B, AMZ-2), o desenvolvimento de um satélite meteorológico geoestacionário, o lançamento do segundo satélite de comunicação e o desenvolvimento do satélite radar de abertura sintética.
2013 – Este ano será importante para o Programa Espacial Brasileiro. O quarto satélite da série CBERS, o CBERS-3 será lançado. O satélite é importante no monitoramento e na gestão territoriais.
Ainda em 2013, o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), localizado em Alcântara (MA), deverá ficar pronto para os lançamentos do VLS e do Cyclone-4. O Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, localizado em Parnamirim (RN) também passará por reformas. “Estamos propondo a modernização de boa parte da infraestrutura do CLBI e a recomposição de outra, utilizando a experiência que adquirimos no CLA. Os dois centros de lançamentos são considerados estratégicos”, conta o presidente da AEB.
A formação de recursos humanos para o Programa Espacial Brasileiro será fortalecida em 2013. “Queremos, por meio do programa Ciências sem Fronteiras, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação levar estudantes brasileiros para se especializarem em países já desenvolvidos na área espacial e, também, trazer especialistas desses países para o Brasil. Dessa forma, um dos grandes gargalos de nosso programa espacial, a falta de mão de obra especializada, começará a ser sanado”, completa o presidente da AEB, José Raimundo Coelho.
Download – Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE) 2012 – 2021 Link 40 MB PDF