A Airbus e a operadora japonesa de satélites de telecomunicação SKY Perfect JSAT assinaram um acordo de cooperação para preparação do design do ponto de interseção EDRSD. Este terceiro nódulo de comunicação do sistema SpaceDataHighway será posicionado sobre a região da Ásia-Pacífico até 2025. O EDRS-D garantirá um aumento significativo da capacidade de comunicação do sistema, além de ampliar sua cobertura consideravelmente.
O acordo diz respeito ao cofinanciamento de estudos para o design e o desenvolvimento da carga útil do satélite e do sistema como um todo, além da comercialização do serviço do SpaceDataHighway pela SKY Perfect JSAT no Japão. Com esse acordo, o montante total a ser investido na expansão da SpaceDataHighway ficará em cerca de € 15 milhões.
A futura carga útil do EDRS-D incluirá três terminais de comunicação a laser (LCT ou Laser Communication Terminal, em inglês) de última geração, quer permitirão comunicação simultânea com vários satélites, além de aeronaves e UAVs. Esses terminais a laser terão uma banda larga ainda maior e capacidade de comunicação bi-direcional e interoperável com terminais a laser japoneses. Isso permitirá uma gama mais ampla de links geo-geo cruzados com outros satélites geoestacionários do SpaceDataHighway a uma distância de até 75.000 km, possibilitando a transmissão de dados originados no outro lado do mundo praticamente em tempo real.
A SpaceDataHighway é a primeira rede de fibra ótica no espaço do mundo e utiliza tecnologia de laser de ponta. Este será um sistema único de satélites geoestacionários permanentemente fixados sobre uma rede de estações em terra. O primeiro satélite, o EDRS-A, já está em órbita. O satélite possui capacidade diária para transmissão de até 40 Tb de dados adquiridos por satélites de observação, UAVs e aeronaves tripuladas, a uma taxa de 1,8 Gbit/s.
Os satélites de transmissão foram criados para se conectarem a satélites de observação terrestre em baixa órbita por meio de um laser e coletar seus dados à medida que viajam milhares de quilômetros abaixo, varrendo terras e oceanos. O sistema SpaceDataHighway manda então os dados coletados imediamente para a Terra a partir de sua posição mais alta, pairando em órbita geoestacionária, agindo assim como um nódulo de transmissão de dados. Esse processo permite que os satélites de observação descarreguem de maneira ininterrupta as informações que estão coletando, em vez de terem de salvar os dados até o momento que passarem novamente por cima da sua estação terrestre. Dessa forma, os satélites conseguem enviar os dados para a Terra de maneira muito mais rápida.
Desde o final de 2016, o sistema da SpaceDataHighway vem transmitindo diariamente imagens da Terra coletadas pelos quatro satélites de observação do programa Copernicus, conhecidos como Sentinel. O sistema aumentou o volume de dados que os satélites enviam para a Terra em cerca de 50% para o Sentinel 1, além de ter reduzido de 10 para 5 dias o tempo de revisita que o Sentinel-2 leva para fazer o mapeamento completo do mundo.
O SpaceDataHighway é resultado de uma parceria público-privada entre a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Airbus e conta com terminais a laser desenvolvidos pela empresa Tesat-Spacecom e a Agência Espacial Alemã (DLR). O satélite EDRS-A, o primeiro satélite de transmissão do sistema SpaceDataHighway, que foi lançado em janeiro de 2016, oferece cobertura da costa leste dos Estados Unidos até a Índia. Um segundo satélite será lançado em meados de 2019, dobrando a capacidade do sistema e ampliando a cobertura e a redundância do sistema.