A Polícia Federal deve satisfações à sociedade

Foi de deixar o cidadão fluminense preocupado o primeiro depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o tráfico de armas no estado do Rio. Preso há 47 dias na Operação Guilhotina, da Polícia Federal, o ex-subchefe operacional da Polícia Civil do Rio, delegado Carlos Oliveira, deixou sua cela para falar aos deputados estaduais.

Oliveira, acusado de desviar 42 mil munições apreendidas, afirmou que a atual gestão da Polícia Federal no Rio nada faz para evitar que entrem no estado armas, drogas e contrabando. Dizendo-se vítima de racismo e desqualificando seu acusador – “me arrumaram um X-9 (delator) viciado e paranoico – o delegado disse que terá mais a dizer quando estiver diante do juiz.

É bom lembrar que a Operação Guilhotina custou o cargo ao ex-chefe de Polícia Civil do Rio, Alan Tournowski. Flagrado em escuta telefônica avisando policiais civis de que a PF estava no seu encalço, Tournowski, no entanto, escapou da prisão. Dos males, o menor…

Apesar das provas contra os policiais civis, é fato que a Polícia Federal faz muito pouco para impedir a entrada de armas e drogas no Rio de Janeiro e no país. Basta ver os arsenais apreendidos nas favelas, assim como as toneladas de drogas vendidas semanalmente em cerca de 800 favelas fluminenses aonde as Unidades de Polícia Pacificadora ainda não chegaram.

A sociedade, portanto, espera que a PF, além de combater a corrupção nas outras polícias, cumpra com mais esmero seu papel constitucional.

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