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Ruanda, o início da crise

O Estado de S.Paulo 
 
O conflito na República Democrática do Congo está diretamente ligado ao genocídio em Ruanda, em 1994, quando morreram quase 1 milhão de pessoas, em sua maioria tutsis massacrados por hutus. A tensão étnica cruzou a fronteira para as terras sem lei do leste do Congo, onde grupos rebeldes começaram a se organizar e a ocupar as áreas ricas em minérios. 
Uganda e Ruanda invadiram o Congo em 1997, depondo Mobutu Sese Seko, o ditador que liderou a nação por 32 anos. Em seu lugar, assumiu Laurent-Désiré Kabila, que foi assassinado por um guarda-costas, em 2001, e sucedido pelo filho, Joseph Kabila. 
 
As tropas estrangeiras se retiraram oficialmente no início dos anos 2000 e deram lugar aos capacetes azuis da ONU. Isso não evitou os conflitos e o escoamento de milhões em riquezas congolesas pelas fronteiras. Os vizinhos são acusados de ajudar grupos rebeldes como o M23, que em dezembro tomou de assalto Goma, a principal cidade do leste do Congo e centro das operações da ONU. 
 
"O M23 assumiu parte do lucrativo comércio de ouro, contrabandeado através de Uganda e Burundi e vendido para os Emirados Árabes Unidos, antes de ir para os bancos e joalherias que compõem 80% da demanda global de ouro", diz o relatório divulgado no dia 9 pela ONG Enough, que trabalha pelo fim dos conflitos na África.

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