Operação Covid-19 completa 60 dias em apoio à população de todos os recantos do Brasil

Maristella Marszalek, Margareth Lourenço E André Pinto

Sessenta dias após a deflagração da Operação Covid-19, o Centro de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa já soma, em ações de emprego das Forças Armadas, números que superam os de missões históricas, como a participação na Segunda Guerra Mundial e a Missão de Paz no Haiti.

No Haiti, a MINUSTAH, operação liderada pelo Brasil, empregou mais de 37 mil militares brasileiros. Porém, essa missão durou 13 anos, de 2004-2017. Então, proporcionalmente, o número de homens e mulheres empregados na Operação Covid-19 é maior. Da mesma forma, na Segunda Guerra Mundial, durante sete meses, mais de 25 mil soldados integraram a Força Expedicionária Brasileira (FEB) para lutar pela libertação da Itália.

Em dois meses de atuação, mais de 34 mil militares já foram empregados na iniciativa que integra o esforço do Governo Federal no enfrentamento à pandemia. Diante dos dados, o cenário atual é comparado à situação de conflito. Como o Ministro da Defesa Fernando Azevedo destacou: “o inimigo é invisível, feroz e dedicado na ação. Quando tem uma guerra, os brasileiros podem contar com as Forças Armadas. Em todos os momentos delicados e importantes do Brasil, as Forças Armadas estiveram ao lado da nossa população e isso será feito mais uma vez".

Esse combate exige muita estratégia, planejamento e operacionalidade. Com coordenação do Centro de Operações Conjuntas, o COC, foram ativados dez Comandos Conjuntos que cobrem todo o território nacional, além do Comando Aeroespacial (COMAE), de funcionamento permanente. A capilaridade das Forças Armadas, com presença em todo o território nacional, é imprescindível, tanto em apoio às necessidades da população quanto aos demais órgãos governamentais.

Somados aos milhares de militares empenhados em ações de combate à pandemia, são empregadas 1.802 viaturas, 102 embarcações e 61 aeronaves. Os meios de transporte são disponibilizados pela Marinha, Exército e Aeronáutica, em apoio às necessidades da Nação, impactada pelo novo coronavírus.

Entre as ações de destaque, está o grande apoio à população de baixa renda, por meio de diversas ações de Norte a Sul do Brasil. Perto de 1,5 mil toneladas de alimentos foram arrecadados e distribuídos, desde a deflagração das ações.

A esta ação, soma-se a entrega de 19.640 Kits de alimentação para as famílias dos alunos do Programa Forças no Esporte (PROFESP), de inclusão social por meio do esporte, em todas as regiões do País. A população indígena também tem recebido grande atenção. Mais de 3 mil cestas básicas foram distribuídas em aldeias indígenas de várias etnias nos estados do Pará e do Amazonas. Além de recursos alimentícios, algumas comunidades receberam materiais de higiene.

O apoio das Forças Armadas chega aos lugares mais longínquos e inóspitos do País. Nesses dois meses, mais de 8 mil toneladas de materiais hospitalares, insumos e Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), além de cestas básicas foram transportados e distribuídos, em apoio a diversos órgãos, como Ministérios da Saúde, da Cidadania e da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.

Para frear o contágio, equipes de Defesa Biológica, Nuclear, Química e Radiológica (DBNQR) das três Forças têm repetido, incansavelmente, a desinfecção de locais públicos. São hospitais, rodoviárias, estações de metrôs, trens, barcas, entre outros, onde circula grande fluxo de pessoas, constantemente higienizados. Já foram realizadas 1.295 ações desse tipo. E a iniciativa intensifica-se com a multiplicação de conhecimentos.

Por todo o Brasil, 4.578 pessoas receberam capacitações em defesa biológica e química.

A segurança nas áreas fronteiriças do Brasil também foi reforçada e ações de fiscalização do tráfego aquaviário, por meio de inspeções navais, também foram intensificadas. Como conhecimento é essencial, militares distribuem para tripulantes e passageiros das embarcações inspecionadas folders informativos. Eles também têm ido às ruas, em pontos estratégicos de diversos municípios, para panfletar e conscientizar a população sobre os cuidados para evitar o contágio. Quase 800 dessas ações ocorreram por todo o País.

Os homens e mulheres das Forças Armadas apoiam os governos municipais e estaduais na Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe Influenza (H1N1 e H3N2), nas regiões Sudeste, Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sul do País. Participam, ainda, de campanhas de doação de sangue, que já contaram com a colaboração de mais de 15 mil militares.

Para atuarem diretamente com pacientes acometidos pela doença, militares da área da saúde de todas as regiões do Brasil participam de treinamentos. As aulas são oferecidas no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, na Escola de Saúde do Exército (EsSEx), no Rio de Janeiro, e no Hospital da Aeronáutica de Canoas (HACO), no Rio Grande do Sul. Além disso, dez profissionais de saúde militares do Hospital Militar de Área de Brasília (HMAB) foram enviados para reforçar a equipe do Hospital de Guarnição de São Gabriel da Cachoeira (HGuSGC), no Amazonas.

E os brasileiros que estão fora do País não foram esquecidos. O Ministério da Defesa em apoio ao Ministério das Relações Exteriores viabilizou o retorno de cidadãos que estavam em Wuhan, na China, no Peru e na Venezuela.

Em outra frente de atuação, foi lançada a campanha “Produtos ao Alcance de Todos”, com o cadastro de empresas e produtos para o combate à Covid-19. As informações são atualizadas diariamente e estão disponíveis para o Ministério da Saúde, Forças Armadas, Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (CONASEMS) e Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS). Atualmente, há mais de 770 produtos ofertados por quase 440 empresas.

Em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), com os Ministérios da Economia e da Saúde, com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e com empresas do setor automotivo, o Ministério da Defesa atua para viabilizar o reparo de respiradores danificados. A ação compreende todo o território nacional. Até a terça-feira (19), 889 aparelhos foram reparados para diversas instituições de saúde em 22 estados e Distrito Federal.

O trabalho da pasta da Defesa é focado, principalmente, no transporte dos equipamentos em regiões remotas. Conforme levantamento da CNI, 3.089 respiradores foram recolhidos para conserto em unidades do SENAI.

No campo da produção, os laboratórios químicos das Forças Armadas aumentaram, em caráter emergencial, a produção de álcool em gel e de cloroquina. Nesta empreitada, atuam de forma conjunta o Laboratório Farmacêutico da Marinha (LFM), o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército (LQFEx) e o Laboratório Químico Farmacêutico da Força Aérea (LAQFA).

Os desafios são grandes. As Forças Armadas, com o apoio do povo brasileiro, continuarão atuando para que o Brasil vença mais esta batalha.

Fotos: divulgação das Forças Armadas

 

 

 

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