Mais um passo importante no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (ROSUB), da Marinha do Brasil (MB), foi realizado. Na primeira semana de setembro, a Itaguaí Construções Navais (ICN), formada pela ODEBRECHT Defesa e Tecnologia e pela francesa DCNS, recebeu a Seção de Qualificação – produzida totalmente no País – da Nuclebras Equipamentos Pesados (NUCLEP).
A Seção de Qualificação tem como finalidade possibilitar que engenheiros, técnicos e operários realizem suas atividades em fase de testes, antes de aplicá-las definitivamente nas Seções que serão construídas para compor os submarinos.
De acordo com Pascal Le Roy, presidente da ICN, a Seção de Qualificação é uma das etapas fundamentais para o desenvolvimento do PROSUB. “A Seção de Qualificação foi construída com mão de obra 100% nacional, aplicando os conhecimentos técnicos e tecnológicos recebidos da França pelos profissionais brasileiros, dentro do acordo de transferência tecnológica firmado entre os dois países”, destaca.
A Seção de Qualificação saiu da NUCLEP e foi levada por uma carreta hidráulica até o Main Hall da UFEM (Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas) da ICN. A cerimônia contou com a presença de autoridades da Marinha e de acionistas e diretores das empresas envolvidas.
Sobre o PROSUB
O Programa de Desenvolvimento de Submarinos da Marinha do Brasil (PROSUB), firmado no final de 2008 como parte do Acordo Estratégico Brasil-França, prevê a construção de quatro submarinos convencionais, um submarino de propulsão nuclear, um Estaleiro e uma Base Naval, em Itaguaí (RJ). O acordo prevê ainda que o submarino de propulsão nuclear seja totalmente desenvolvido no País.
O Brasil tem uma costa com cerca de 8.500 km de extensão, ao longo da qual se estendem as Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), totalizando uma área aproximada de 4,5 milhões de km2, a chamada “Amazônia Azul”, que contém riquezas biológicas e minerais ameaçadas pela exploração predatória. Nesta área, estão ainda distribuídas centenas de plataformas para exploração submarina. Mais de 90% do petróleo brasileiro são extraídos do mar. Além disso, aproximadamente 95% do comércio exterior brasileiro ocorrem via marítima.
Na costa está concentrada a maioria das capitais estaduais brasileiras, complexos industriais e portos marítimos. Para defesa deste inestimável patrimônio, a Marinha do Brasil, em decorrência da Estratégia Nacional de Defesa (END), prepara-se para ser uma Força moderna, dispondo de meios compatíveis com a inserção político-estratégica do País no cenário internacional e alinhada aos anseios da sociedade brasileira.
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