Fogo, tiros e ruas fechadas: as imagens do ‘dia de guerra’ dos policiais em protesto no Haiti

Manifestantes antigoverno montaram dezenas de barricadas em ruas importantes de Porto Príncipe, capital do Haiti, na última segunda-feira (24/2). Os bloqueios ocorreram um dia depois que um grupo de policiais do país, exigindo melhores condições de trabalho, atacou a sede do Exército na cidade.

O governo do presidente Jovenel Moïse chamou o ataque de "tentativa de golpe", e as Forças Armadas do país caribenho falaram em "um dia em situação de guerra".

Ao menos duas pessoas morreram durante os confrontos. Na segunda-feira, os manifestantes espalharam tijolos, queimaram pneus e derrubaram carrinhos de sorvete nas ruas que levam à casa de Moïse. Os protestos pedem a renúncia do presidente.

 
 

Grande parte da cidade ficou deserta um dia depois que policiais cercaram a sede do Exército e abriram fogo. Alguns dos participantes do tiroteio usavam uniformes da polícia.

O general Jodel Lesage, das Forças Armadas haitianas, disse à imprensa local que a sede do Exército enfrentou um ataque armado. "Estamos sob fogo de armas de todos os tipos, rifles automáticos, bombas de gasolina e gás lacrimogêneo".

O governo afirmou que a ação foi "um ataque à liberdade e à democracia". Já os policiais disseram que foram atacados primeiro.

 
 

Os policiais haitianos estão protestando há semanas. Uma de suas principais demandas é a possibilidade de formar um sindicato, o que, segundo eles, vai garantir mais transparência em negociações com superiores. Eles também reivindicam melhores salários.

Na semana passada, o presidente Moïse anunciou a criação de um fundo financeiro para parentes de oficiais que foram mortos durante o trabalho, mas a medida não conseguiu apaziguar os oficiais descontentes.

Após os confrontos, o governo anunciou que cancelaria todas as celebrações do Carnaval "para evitar um banho de sangue".

Esses não são os primeiros protestos que Moïse enfrentou. No ano passado, os haitianos tomaram as ruas devido ao terrível estado da economia do país, que os manifestantes atribuíram ao governo.

Moïse está no poder desde 2017 e disse que não deixaria o país nas "mãos de gangues armadas e traficantes de drogas".

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