Comentário Gelio Fregapani – FORMAS DE GOVERNAR?

COMENTÁRIO GEOPOLÍTICO

  Assunto: FORMAS DE GOVERNAR?

 
 
Ainda não há certeza de qual seria a melhor forma de governar um país, sem dúvida há sim um consenso de que seja a democracia, mas aprofundando um pouco surgem complexas contestações.

Será a democracia o melhor sistema para todas as circunstâncias? Então, por que os povos se deram bem quando tiveram déspotas esclarecidos?

Entretanto, mesmo que esses povos tenham se dado melhor, teriam eles sido mais felizes? – Aparentemente sim, dependendo de quão esclarecido tenha sido o déspota (ou monarca no sentido aristotélico).

Questiona-se ainda se a democracia teria resposta eficiente nas situações de crise. Pior ainda, se duvida que seja adequada para lidar com certos grupamentos sem coesão que só reivindicam benesses, mas se recusam a contribuir  –  como as classes mais incultas e outros grupos que sejam imediatistas, os quais chegam a formar a maioria dos eleitores.

Naturalmente que neste caso um governo democrático não parece viável, mas o bom uso da Comunicação Social poderia superar esse óbice, via ações psicológicas sem interromper com a democracia. Talvez.

Ainda que com diversas nuances as democracias tendem a seguir um dos caminhos em caso de crise: ou tendem para um governo com características monárquicas ainda que o governante se intitule de presidente, com autoridade quase sempre outorgada democraticamente para resolver situações difíceis ou então a nação se dividirá em partidos antagônicos, perdendo a coesão e em consequência o seu poder, o que por vezes será ruinoso para ela.

Com frequência as pessoas confundem Democracia com República e governo monárquico no sentido aristotélico) com as atuais “monarquias rituais” que mesmo conservando alguma influência estão longe do governo de um, despótico ou não. Emblemático é a nossa Proclamação da República, hoje comemorada apesar de ser um tacanho Golpe Militar, dos Marechais Floriano e Deodoro contra o Imperador Pedro II, golpe não desejado pelo Povo, mas pelas Elites cafeeiras e pelo subversivo grupo positivista, varreu para a poeira da História uma quase democracia (embora monarquia nominal) e a substituiu por uma república – também nominal, que mais se aproximou de “governo de uma pessoa” pelo menos no governo de Floriano ou seja uma monarquia no sentido aristotélico, o qual hodiernamente chamaríamos de despotismo, ditatorial ou até tirânico, independente de se intitular de Presidente, El Supremo, Duce ou Fuhrer. Para nosso azar o Floriano pode ter sido tudo, menos esclarecido.

Considerando que todo Estado Nacional será ocupado por um Exército (o seu ou o de outro país), há que se considerar a relação deste com o governo. A premissa é simples: qualquer governo só pode se manter com o consentimento do seu Exército, mas consentimento não é sinônimo de apoio. Todos sabem que o nosso Exército não apoiava os desgovernos de Lula e Dilma, mas apenas consentiu em respeito às urnas. Agora a situação é diferente; com o apoio militar e popular o Governo Bolsonaro tem potencial monárquico até para fechar o STF com um cabo e um soldado sob o aplauso de toda a população.

O povo já acha necessário e quando ficar evidente o malefício para o País do prosseguir das atitudes da Suprema Corte certamente será tomada a decisão. Isto parece correto? Bem, historicamente o nosso progresso ocorreu principalmente em períodos considerados ditatoriais, com exceção única do governo Juscelino, foi nesses períodos que, ao que se pode constatar a população se sentiu mais feliz.

Afinal, qual poderia ser a melhor forma de governar um país? –Isto depende; depende da situação, das características da população e da adequação do governante a esses dois fatores. Numa situação normal, sem ameaças externas o conveniente será um bom administrador para chefe de governo e a democracia será a mais agradável das formas de governo, mas em momentos de crise, quando será necessário tomada de decisões muito importantes e que para implementá-las tem que haver energia, não bastará um bom gerente. È necessário um líder cujo poder se aproxime da “monarquia” segundo Aristóteles.

Neste caso o regime pode se intitular de republicano, democrático ou até popular e pode até ter leis que respaldem esses títulos, mas se a opinião pública dá respaldo ao seu líder este terá poder para tomar decisões tão autocráticas como se fora um monarca renascentista. Se as suas decisões derem bons resultado a História o aclamará herói da pátria, mas se não derem certo será execrado como ditador ou até como tirano.

Nós, brasileiros, já tivemos a sorte de termos alguns dos dirigentes adequados ao momento: o impetuoso D. Pedro I para a Independência, o sábio D. Pedro II para a coesão e desenvolvimento, o manipulador Getúlio Vargas e o simpático JK para o desenvolvimento bem como os governos militares, especialmente de Costa e Silva, de Médici e de Geisel.

No momento atual estamos convencidos que o governo Bolsonaro seja exatamente o adequado para o momento. É um líder que tem a sabedoria de consultar os técnicos, mas que decide por si. Seu poder para decidir não vem do viciado Congresso, mas vem do apoio das massas e mesmo se decidir fora das leis será obedecido com entusiasmo.

Acreditamos que terá que fazê-lo, pois para isto foi eleito

Queira Deus que dê certo.

Gelio Fregapani
 
Obs: O autor é Oficial Superior do Exército e possui os seguintes cursos no Campo político
 
Analista de Inteligência
Comunicação Social
Comando e Estado Maior
Planejamento Governamental
Mestrado em Ciências Políticas

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