China se diz disposta a pagar preço por novas sanções contra a Coreia do Norte

A China vai pagar o preço mais alto pelas novas sanções impostas pela da Organização das Nações Unidas (ONU) à Coreia do Norte por causa de seu relacionamento econômico próximo com o país, mas sempre aplicará as resoluções, disse o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi.

O Conselho de Segurança da ONU impôs no sábado novas sanções à Coreia do Norte, de forma unânime, que podem reduzir em um terço as receitas do país com exportações de 3 bilhões de dólares por ano.

Falando em um fórum de segurança regional em Manila na segunda-feira, Wang disse que a nova resolução mostrou a oposição de seu país e da comunidade internacional aos contínuos testes de mísseis de Pyongyang, anunciou a chancelaria em um comunicado nesta terça-feira.

"Devido aos laços econômicos tradicionais da China com a Coreia do Norte, será principalmente a China quem pagará o preço pela implantação da resolução", disse Wang, segundo o comunicado.

"Mas para proteger o sistema internacional de não-proliferação e a paz e a estabilidade regionais, a China vai como antes implementar plena, estrita e devidamente todos os conteúdos da relevante resolução."

Pequim vem repetindo que está comprometida a aplicar as resoluções cada vez mais rígidas da ONU contra a Coreia do Norte, embora também tenha dito que o comércio que classifica de "normal" e os norte-coreanos comuns não deveriam ser afetados.

As resoluções mais recentes da ONU proíbem as exportações norte-coreanas de carvão, ferro, minério de ferro, chumbo, minério de chumbo e frutos do mar, e também proíbem países de aumentarem o número atual de trabalhadores norte-coreanos atuando no exterior, novos empreendimentos conjuntos com a Coreia do Norte e qualquer novo investimento em empreendimentos conjuntos existentes.

Wang disse que, além das novas sanções, a resolução também deixou claro que o processo de conversas de seis partes, um mecanismo de diálogo com a Coreia do Norte atualmente emperrado que ainda inclui a Rússia e o Japão, deveria ser retomado.

Discursando no mesmo fórum na segunda-feira, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, deixou uma porta aberta ao diálogo com a Coreia do Norte, dizendo que Washington está disposta a conversar com Pyongyang se o país interromper a recente série de testes de lançamentos de mísseis.

A Coreia do Norte disse que as sanções mais recentes violam sua soberania e que está pronta para ensinar uma "lição severa" a Washington com sua força nuclear estratégica em reação a qualquer ação militar dos EUA.

Trump elogia coesão de países em resposta à Coreia do Norte

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou nesta terça-feira outros países por responderam ao programa de mísseis da Coreia do Norte, dias após o Conselho de Segurança da ONU ter imposto novas sanções a Pyongyang pelo lançamento de dois mísseis balísticos intercontinentais em julho.

"Após vários anos de fracassos, países estão se unindo para finalmente responder aos perigos representados pela Coreia do Norte. Precisamos ser firmes e decisivos", disse Trump em publicação no Twitter.

O Conselho de Segurança da ONU aprovou no sábado uma resolução proposta pelos Estados Unidos contra a Coreia do Norte.

EUA podem conversar com Coreia do Norte se diálogo frear testes, diz secretário de Estado

O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, deixou uma porta aberta ao diálogo com a Coreia do Norte nesta segunda-feira, dizendo que os EUA estão dispostos a conversar com Pyongyang se isso detiver os testes de lançamentos de mísseis por parte do regime norte-coreano.

Os comentários de Tillerson, feitos durante um fórum de segurança regional em Manila, foram a tentativa mais recente dos Estados Unidos de conter os programas nuclear e de mísseis de Pyongyang depois de meses de retórica dura do presidente dos EUA, Donald Trump.

No sábado, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) impôs sua série mais rígida de sanções à Coreia do Norte até o momento devido a seus testes de mísseis balísticos intercontinentais de julho.

Mas Tillerson pareceu mais conciliador nesta segunda-feira.

"Quando as condições forem certas, aí podemos nos sentar e ter um diálogo sobre o futuro da Coreia do Norte para que se sintam protegidos e prosperem economicamente", disse ele a repórteres.

"O melhor sinal que a Coreia do Norte pode nos dar de que estão preparados para conversar seria parar estes lançamentos de mísseis", afirmou Tillerson, acrescentando que "outros meios de comunicação" estão abertos a Pyongyang.

Não houve reação direta da Coreia do Norte aos comentários do secretário, mas, em um comunicado emitido depois de sua fala, Pyongyang respondeu com contundência às novas sanções dizendo estar pronta para ensinar uma "lição severa" aos EUA se for atacada.

O Conselho de Segurança da ONU impôs novas sanções ao regime de forma unânime no sábado, visando pressionar Pyongyang a encerrar seu programa nuclear. As sanções podem sufocar ainda mais a economia fragilizada do país reduzindo em um terço os 3 bilhões de dólares anuais de exportações do regime.

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