OTAN diz estar pronta para responder ponderadamente a suposta violação russa de pacto nuclear

A OTAN acordou medidas para impedir a Rússia de lançar um novo míssil de médio alcance capaz de instaurar um ataque nuclear na Europa, informou a aliança militar nesta sexta-feira, alegando que sua resposta seria ponderada e envolveria apenas armas convencionais.

Os Estados Unidos se retiraram formalmente de um pacto da época de Guerra Fria com a Rússia nesta sexta-feira após determinarem que Moscou violava o tratado e não tinha planos de se comprometer.

“A Rússia é a única responsável pelo fim do tratado”, disseram os aliados da OTAN, referindo-se ao Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), que manteve armas nucleares fora da Europa e evitou ataques de curto prazo.

Liderada pelos EUA, a aliança alega que a Rússia violou os termos do pacto de 1987, que proíbe mísseis terrestres de médio alcance na Europa, e desenvolveu o Novator 9M729, míssil com capacidade nuclear também conhecido como SSC-8.

A Rússia nega quaisquer violações.

“A OTAN vai responder de modo ponderado e responsável aos riscos significativos impostos pelo míssil russo 9M729… Acordamos um pacote de medidas balanceadas, coordenadas e defensivas”, disseram.

O secretário geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou em uma coletiva de imprensa que “não haveria movimentos apressados” da aliança e que esses “não se equiparariam ao que a Rússia faz”.

“Não queremos uma nova corrida armamentista”, acrescentou.

Washington considera apenas armas convencionais, não nucleares, em qualquer possível resposta, disseram diplomatas da OTAN. Stoltenberg listou exercícios militares, vigilância e defesas aéreas e com mísseis como formas de deter Moscou.

A OTAN também considera ampliar o índice de voos pela Europa feitos por jatos de guerra dos EUA, capazes de transportar ogivas nucleares, além de aumentar o treinamento militar e reposicionar mísseis marítimos norte-americanos, disseram diplomatas da aliança.

Nas próximas semanas, os Estados Unidos devem testar um míssil de cruzeiro lançado no solo. Em novembro, o Pentágono pretende testar um míssil balístico de alcance intermediário.

EUA se retiram formalmente de acordo de armas nucleares com a Rússia

Os Estados Unidos se retiraram formalmente nesta sexta-feira de um pacto histórico de mísseis nucleares com a Rússia, depois de determinar que o governo usso está violando o tratado, algo que o Kremlin nega.

O presidente dos EUA, Donald Trump, determinou que o país encerrará a filiação ao acordo de controle de armas de 1987, conhecido como Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), disseram autoridades de alto escalão a repórteres.

O tratado proíbe os dois lados de instalarem mísseis terrestres de alcance curto e intermediário na Europa. Os EUA sinalizaram seis meses atrás sua intenção de sair do acordo se a Rússia não mostrasse que iria cumpri-lo.

“Os Estados Unidos não continuarão filiados a um tratado que é violado deliberadamente pela Rússia”, disse o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, em um comunicado a respeito da saída norte-americana.

“O descumprimento russo do tratado ameaça interesses supremos dos EUA, e o desenvolvimento e instalação russos de um sistema de mísseis que viola o tratado representam uma ameaça direta aos Estados Unidos e nossos aliados e parceiros”, disse Pompeo.

Os funcionários graduados, que falaram pedindo anonimato, disseram que a Rússia mobilizou “batalhões múltiplos” de um míssil de cruzeiro russo por toda a Rússia, inclusive no oeste, “com a capacidade de atacar alvos europeus críticos” — uma violação do pacto.

A Rússia nega a alegação, dizendo que o alcance do míssil o exclui do tratado, e acusou os EUA de usarem um pretexto falso para saírem de um tratado com o qual Washington quer mesmo romper para desenvolver novos mísseis.

Moscou também rejeitou a exigência norte-americana de destruir o novo míssil, o Novator 9M729, conhecido pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) como SSC-8.

Em reação à medida dos EUA, a Rússia disse que pediu a estes para declararem e cumprirem uma moratória na mobilização de mísseis nucleares de alcance curto e intermediário na Europa.

“Propusemos aos Estados Unidos e a outros países da OTAN que pesem a possibilidade de declarar o mesmo tipo de moratória na mobilização de mísseis de alcance curto e intermediário como os nossos, como aquela anunciada por (presidente russo) Vladimir Putin”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, segundo citação da agência de notícias Tass.

Trump designa Brasil como aliado preferencial extra-OTAN

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, designou na quarta-feira o Brasil como um aliado preferencial dos EUA fora da OTAN, oficializando uma promessa feita ao presidente Jair Bolsonaro durante visita do mandatário brasileiro a Washington este ano.

Com a designação de aliado preferencial, o Brasil entra em uma lista de países com acesso especial a políticas de cooperação, transferência de tecnologia e recursos na área de defesa com os Estados Unidos, o que foi comemorado por Bolsonaro.

“Nós tratamos isso na última viagem que fiz aos Estados Unidos. Conversei com o Trump, a ideia dele era até nos colocar, mas teria que mexer no estatuto, dentro da OTAN. Isso já se cogita entre os integrantes essas mudanças de estatuto, mas por enquanto é muito bem-vinda a nossa participação como grande aliado extra-OTAN”, disse o presidente a jornalistas em Brasília.

Segundo Bolsonaro, a designação “facilita em algumas coisas”, em especial na questão de defesa.

“Compra de armamento, algumas tecnologias, ninguém passa tecnologia para os outros, só tecnologia ultrapassada, mas alguma coisa sempre interessa para a gente. Como regra, um país da OTAN uma vez agredido todo mundo está junto”, acrescentou.

O Brasil é apenas o segundo país da América do Sul a receber a designação, depois da Argentina, que está na lista desde 1998. No ano passado, a Colômbia se juntou à OTAN como parceira global.

Entre as possibilidades que se abrem para o país com a designação está, por exemplo, acesso preferencial para compra de equipamentos com isenção de taxas, dentro da lei de exportação de armas dos Estados Unidos.

O Brasil também terá preferência para programas de cooperação e treinamento, poderá receber gratuitamente ou a preço de custo equipamentos que as Forças Armadas não usam mais ou têm em excesso, e poderá participar de licitações.

 

 

 

 

 

 

 

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