OTAN se diz comprometida com nova abordagem dos EUA para Afeganistão

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) saudou nesta terça-feira a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de enviar mais forças ao Afeganistão como parte de uma nova estratégia dos EUA que disse exigir mais soldados e financiamento dos aliados.

Trump, que concorreu à Casa Branca no ano passado com a promessa de uma retirada rápida do Afeganistão, mudou de rumo na segunda-feira e prometeu uma campanha militar intensificada contra os insurgentes do Taliban, dizendo: "Nossas tropas lutarão para vencer".

Autoridades dos EUA disseram que o presidente aprovou planos para enviar cerca de 4 mil soldados norte-americanos adicionais, que se somarão aos cerca de 8.400 que estão atualmente em solo afegão. Mas seu discurso não definiu os parâmetros para encerrar com sucesso a guerra iniciada com a invasão do Afeganistão liderada pelos EUA em 2001, e que ele admitiu ter exigido "um sacrifício extraordinário de sangue e tesouro". "Pediremos a nossos aliados da OTAN e parceiros globais que apóiem nossa nova estratégia, com tropas adicionais e aumentos de financiamento alinhados aos nossos. Temos confiança de que eles o farão", disse Trump.

Esse comentário indicou que ele aumentará a pressão sobre parceiros norte-americanos já incomodados com suas exigências recorrentes para que aumentem suas contribuições à OTAN e por sua descrição da aliança como "obsoleta" — embora Trump tenha afirmado, depois que tomou posse, que este não é mais o caso.

O secretário-geral da OTAN, general Jens Stoltenberg, disse em um comunicado: "A OTAN continua plenamente comprometida com o Afeganistão, e espero poder discutir o caminho adiante com o secretário (de Defesa dos EUA, James) Mattis e com nossos aliados e parceiros internacionais". A OTAN tem 12 mil soldados no Afeganistão, e 15 países prometeram mais, disse Stoltenberg.

Trump reverte promessas de campanha e compromete EUA com guerra ilimitada no Afeganistão

O presidente norte-americano, Donald Trump, comprometeu os Estados Unidos a um conflito ilimitado no Afeganistão, revertendo o curso de suas promessas de campanha e sinalizando que enviará tropas para a guerra mais longa do país em uma "luta para vencer".

Trump forneceu poucos detalhes em um discurso na segunda-feira, mas prometeu uma campanha militar intensificada contra os insurgentes do Taliban, que ganharam terreno contra forças do governo afegão apoiadas pelos Estados Unidos.

Ele também destacou o Paquistão por abrigar militantes em refúgios seguros. "Nós não estamos construindo nações de novo. Nós estamos matando terroristas", disse, em uma declaração televisionada em uma base militar fora de Washington.

O Taliban condenou rapidamente a decisão de Trump de manter as tropas norte-americanas no Afeganistão sem prazo para retirada, comprometendo-se a continuar com a "jihad" até que todos os soldados norte-americanos tenham saído. "Se os Estados Unidos não retirarem todas as suas forças do Afeganistão, vamos fazer desse país o cemitério do século 21 para o império norte-americano", disse o porta-voz do Taliban, Zabihullah Mujahid, em comunicado.

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