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SOF – ONU alerta para o crescente uso de Mercenários na África

 

Exclusivo DefesaNet

O processo descrito por Frederico Aranha vai além da África. As mesmas ações realizadas pelo Grupo Wagner na África também ocorrem na Venezuela, tanto para atender os interesses russos como os dos chineses.

As ações do "Arco Minero", uma província mineral, similar à de Serra Pelada em riquezas , tanto em ouro como pedras preciosas. A Venezuela cedeu  os interesses territoriais à China para a exploração da maior parte do "Arco Minero". Nestas áreas a República Bolivariana da Venezuela abdicou de seus direitos territoriais.

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O secretário-geral da ONU afirmou na segunda-feira (04FEV2019), que “relatos sugerem um aumento no uso de mercenários e outros combatentes estrangeiros” em África.

António Guterres discursou em um debate de alto nível do Conselho de Segurança dedicado ao tema dos mercenários e a insegurança e desestabilização que estes grupos causam em África.

Efeitos

Para o chefe da ONU, “os impactos dos mercenários são hoje muito claros.”

Guterres afirmou que alguns deles “vão de guerra em guerra, exercendo seu comércio letal com enorme poder de fogo, pouca responsabilização e uma completa falta de respeito pelo direito internacional humanitário.”

Para o secretário-geral, estas atividades “minam o Estado de direito e perpetuam a impunidade”, “estimulam a exploração ilegal e injusta dos recursos naturais” e “provocam deslocamento em grande escala e tensão entre comunidades.”

Guterres explicou que “a natureza das atividades mercenárias evoluiu ao longo dos anos” e que hoje estes “exploram e alimentam outros males, como crime organizado transnacional, terrorismo e extremismo violento.”

O chefe da ONU destacou depois os efeitos destas atividades na região africana do Sahel, Cote d’Ivoire, ou Costa do Marfim, República Centro-Africana, Camarões e Guiné Equatorial, onde um grupo de mercenários estrangeiros tentou derrubar o governo no ano passado.

A Guiné Equatorial assumiu este mês a presidência do Conselho de Segurança e foi responsável pela organização deste encontro. O presidente do país, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, foi um dos participantes.

 

Para a definição de mercenário verificar o documento:

72nd plenary meeting – 4 December 1989 44/34. International Convention against the Recruitment, Use,Financing and Training of Mercenaries

Combate

Para António Guterres, enfrentar estes desafios requer ação em muitas frentes.

Em primeiro lugar, os regimes jurídicos, nacionais e internacionais, devem ser reforçados. Apenas 35 Estados fazem parte da Convenção Internacional contra o Recrutamento, Uso, Financiamento e Treinamento de Mercenários, adotada pela Assembleia Geral em 1989. A Guiné Equatorial aderiu recentemente e torna-se o 36º membro no final deste mês.

O secretário-geral lembrou ainda que apenas três integrantes do Conselho de Segurança fazem parte desta Convenção e apelou a que todos os Estados-membros ratifiquem o documento.

Em segundo lugar, o chefe da ONU afirmou que é preciso aumentar a cooperação bilateral, regional e internacional, explicando que “a cooperação na gestão das fronteiras será crucial para impedir o fluxo de armas e agentes armados estrangeiros em toda a África Central.”

A este nível, Guterres afirmou que “a parceria estratégica entre as Nações Unidas e a União Africana, a Comunidade Económica dos Estados da África Central, Ceeac, e os países da região é vital.”

Causas

Por fim, o chefe da ONU explicou que é necessário “examinar os fatores políticos, econômicos, sociais e psicológicos que dão origem às atividades mercenárias.”

O Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre mercenários recomendou uma ampla gama de medidas, incluindo o combate à exclusão, melhoria do envolvimento cívico, boa governação e serviços públicos e garantia de proteção para minorias e outros grupos vulneráveis.

Para Guterres, “esforços melhores para criar oportunidades para os jovens serão críticos para reduzir a atração de mercenários e a ameaça da radicalização.”

Participantes

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Ruanda, Richard Sezibera, e o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, também participaram no encontro.

Falando por videoconferência, desde Addis Abeba, Mahamat disse que, apesar dos esforços dos últimos anos, “o flagelo dos mercenários ainda persiste” e destacou as atividades de desestabilização destes grupos.

O presidente da Comissão da União Africana também defendeu maior cooperação entre os países, afirmando que “sem coordenação, as nossas ações não serão eficientes.”

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