Usinas de Angra batem recorde de geração em 2016

 


Alana Gandra
Agência Brasil

A geração de 15,9 milhões de megawatts-hora (MWh), registrada no ano passado pelas usinas nucleares Angra 1 e 2, considerada ainda a melhor marca da história da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), em ano com parada de reabastecimento de combustível. Ao longo dos últimos 20 anos, o trabalho desenvolvido dentro da estadal, baseado em experiência da indústria internacional, vem mostrando resultados positivos.

“Ano a ano, tanto Angra 1 como Angra 2 superam a sua geração”, disse o diretor de Operação e Comercialização da Eletronuclear, subsidiária da Eletrobras responsável pela construção e operação das usinas, João Carlos da Cunha Bastos.

Angra 1 gerou cerca de 5,1 milhões de MWh. “Isso é um marco importantíssimo para Angra 1, porque a usina só gerou mais do que isso em 2012. Só que, naquele ano, nós não paramos para substituição de elementos combustíveis”, disse Bastos.

Em 2012, Angra 1 gerou 5,395 MWh. “Mas foi um ano de geração ininterrupta”, reiterou. Em 2016, a usina parou para fazer a substituição de um terço dos elementos combustíveis e algumas manutenções. Por isso, o diretor diz que se trata de “um marco importantíssimo”.

Angra 2 gerou no ano passado 10,8 milhões de MWh. Somando as duas usinas, a central nuclear poderia abastecer, durante o período de um ano, o estado de Santa Catarina, por exemplo. “É uma produção capaz de atender a 7 milhões de habitantes. Tem países aí fora que não têm essa população”, o que comprova, segundo Cunha Bastos, o trabalho sério desenvolvido pelos profissionais e técnicos da estatal.

Para o presidente da Eletronuclear, Bruno Barretto, os resultados mostram que a empresa está no caminho certo. “Isso pode ser atribuído aos investimentos feitos em equipamentos e à experiência operacional que adquirimos ao longo dos anos, mas, principalmente, ao comprometimento e alto grau de profissionalismo dos empregados da empresa”, disse.

Potência

As duas unidades em operação na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto têm  potência total de 1.990 megawatts (MW), sendo 640 MW de Angra 1 e 1.350 MW de Angra 2.  Cunha Bastos diz que, no dia de hoje (05JAN2017), Angra 1 está gerando 644 MW, acima de sua potência nomimal, e Angra 2, 1.344 MW, mostrando ligeira queda devido à alta temperatura da água do mar, o que prejudica a capacidade de refrigeração da usina. “O rendimento da unidade cai um pouco”, explicou.

Cunha Basto disse que, de acordo com a Associação Mundial dos Operadores Nucleares (Wano, do nome em inglês), o Brasil faz parte da metade boa das usinas nucleares no mundo, com uma geração igual às melhores usinas americanas e europeias. "Para nós, brasileiros, que estamos enfrentando um período dificílimo na Eletronuclear, a gente obter resultados como esse é de muito orgulho”.

O diretor de Operação e Comercialização disse que quando a Usina Nuclear Angra 3 entrar em operação, serão mais 1.405 MW que serão colocados no sistema elétrico. Com isso, a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto vai poder atender a 75% da energia necessária no estado do Rio de Janeiro. Hoje, a central nuclear atende a 50% do total de energia consumida no estado.

A geração nuclear corresponde atualmente a 3% da eletricidade produzida no país. Na avaliação do diretor, hoje a central nuclear dá uma garantia para o sistema interligado nacional que propicia ao Operador Nacional do Sistema (ONS) grande tranquilidade de atendimento de energia para a cidade do Rio de Janeiro, que recebeu a Copa do Mundo, em 2014, e as Olimpíadas e Paralimpíadas, em 2016. “E a central contribuiu de forma silenciosa, sem muito alarde, com a energia suficiente para que esses eventos pudessem ser vitoriosos, como foram”, disse.

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