PROSUPER – Marinha Avança

DefesaNet

No texto original mencionamos que o Estaleiro Atlântico Sul utiliza tecnologia da Daewo o que está incorreto. Ele utiliza utiliza tecnologia licenciada pela sul-coreana Samsung Heavy Industries.

Texto como consta no portal do Estaleiro Atlântico Sul:

"O Estaleiro Atlântico Sul utiliza tecnologia licenciada pela sul-coreana Samsung Heavy Industries. O know-how da Samsung está sendo transferido através de acordos de assistência técnica nas áreas relativas ao projeto da planta industrial do Estaleiro; engenharia e projeto das embarcações; suprimentos e treinamento."

O Editor
25 Novembro 2011

Nelson Düring
Editor-Chefe DefesaNet


A Marinha do Brasil (MB), reativou o Programa de Obtenção de Meios de Superfície (PROSUPER).  Ao contrário do Programa F-X2, obtenção de um caça de alta performance,  da Força Aérea Brasileira, que solicitou a extensão das propostas até o final do ano, a MB solicitou que alguns pontos das propostas originais fossem reavaliadas. É o primeiro movimento após a ordem de interrupção dos processos de aquisição, pela Presidente Dilma Rousseff , no início de 2011, como noticiado por DefesaNet,  em 19 Janeiro 2011.

O PROSUPER


A segunda pérola da coroa na Marinha do Brasil (MB) após o PROSUB é o Programa de Obtenção de Meios de Superfície (PROSUPER).

A Marinha do Brasil, através do PROSUPER, busca contratar, mediante um Acordo entre Governos, que garanta o financiamento e transferência de tecnologia para a construção de:

– 5 Navios-Patrulha Oceânicos (OPV) de 1800 toneladas;
– 5 Fragatas de 6000 toneladas e,
– 1 Navio de Apoio Logístico.

Estes são os meios navais de superfície priorizados dentro do Programa de Articulação e Equipamento da Marinha (PAEMB). (especificações ver quadro abaixo)

O PROSUPER após o DILMAX

Até o cancelamento da primeira fase do PROSUPER o grande favorito para levar o contrato era o grupo italiano  Fincantieri – Cantieri Navali SpA.. no governo da presidente Dilma Rousseff houve o crescimento do  grupo  sul-coreano, DSME – DAEWOO Shipbuilding & Marine Engineering Co..

O estaleiro Atlântico Sul, localizado no porto de Suape, Pernambuco, associação de capitais brasileiros (Camargo Corrêa e Queiroz Galvão) e o apoio técnico, da também  sul-coreana, Samsung Heavy Industries pode ter afetado a preferência governamental

O desastre no gerenciamento do processo de produção do super-petroleiro João Cândido, lançado em 7 de maio de 2010, pelo ex-presidente Luiz Ignácio, e até o momento, sem data para entrar em operação devido os extensos reparos necessários devido a processos de produção defeituosos pode ter arrefecido o apoio presidencial ao Atlântico Sul nos programas da MB. Não é sabido se há danos à imagem da DAEWO, que não tem vínculo algum com o Estaleiro Atlântico Sul..
 
Analistas acreditam que três grupos competem pelos contratos: BAE Systems, DCNS e FINCANTIERI.
 
A BAE Systems com o sue novo projeto Global Ship tem interesse da MB. As propostas do governo inglês de oferecer fragatas Type 22 e 23 como uma solução “Gap Fill” discutidas na LAAD e posterior não progrediram.
   
A DCNS só tem contra si, já ter um grande projeto com a MB, o PROSUB.
 
A FINCANTIERI se reposiciona após a decepção de não ter fechado o contrato ainda no governo Luiz Ignácio.

 

PROSUPER
Programa de Obtenção de Meios de Superfície

 

Empresa

País

1

Fincantieri – Cantieri Navali SpA

Itália

2

BAE Systems

Inglaterra

3

TKMS – ThyssenKrupp Marine Systems

Alemanha

4

DCNS

França

5

Coréia do Sul

DSME – Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co

6

Damen

Holanda

7

Navantia

Espanha

As perspectivas

O PROSUPER apresentado na sua configuração original pode ter sofrido uma alteração substancial, tanto no cronograma como nas demandas.

A PLOA (Programação da Lei Orçamentária Anual) de 2012 indica que a MB necessita de R$ 2,94 Bilhões de Reais. Mesmo considerando o valor do Dólar usado de R$ 1,6, o que dá U$ 1,8 Bilhão de Dólares.

 Valor insuficiente para adquirir os navios incluídos no PROSUPER: 5 OPV, 5 Fragatas e 1 navio de apoio logístico previstos. 

A Marinha do Brasil não indicou às empresas a possível data para anunciar a decisão. Possivelmente primeiro semestre de 2012.

Características dos navios como especificado pela Marinha do Brasil.
Navio de Apoio Logístico (NApLog)
O navio de suporte à frota ou o Navio de Apoio Logístico (NApLog) tem como principais características o transporte de combustíveis (JP-5 para aeronaves e MAR-C para navios), água potável, munições, comida de frigorífico, medicamentos, sobressalentes e quatro TEUs de carga; capacidade de reabastecimento de outros navios e aeronaves durante a travessia (navegando); capacidade de receber um destacamento aéreo com um helicóptero tipo Eurocopter EC 725, inclusive com hangar. O projeto deve obter o Certificado de Segurança de Construção para Navios de Carga (Solas) e o Certificado Internacional de Prevenção da Poluição do Mar (Marpol). Isso inclui adotar um casco duplo como adota nos navios petroleiros para evitar vazamentos em caso de acidentes. O NApLog terá uma tripulação de 150 militares e velocidade máxima de 20 nós, uma autonomia para 30 dias e 10 mil milhas náuticas.
Navio-patrulha oceânico (NpaOc)
O Navio-patrulha oceânico (NpaOc), por sua vez, mede cerca de 95 metros de comprimento com deslocamento entre 1.750 a 1.850 toneladas. Esta embarcação terá de navegar a velocidade máxima de 20 nós, com autonomia para 25 dias e quatro mil milhas náuticas. A tripulação será de 56 militares, com acomodações para mais 22 passageiros que poderão embarcar, dependendo da missão, entre civis e militares.
O NpaOc deverá ter capacidade para transportar um helicóptero (em hangar) tipo UH-12 e duas lanchas rápidas de resgate. O armamento principal será um canhão de 57mm ou 76mm. A capacidade de reboque do NpaOc solicitado será semelhante à capacidade de outros navios semelhantes já em deslocamento. A embarcação deverá ter Certificado Internacional de Prevenção da Poluição do Mar.
Navio Escolta

O Navio Escolta medirá cerca de 155 metros de comprimento com deslocamento máximo de seis mil toneladas. A velocidade máxima será de 28 nós, com autonomia para 30 dias e seis mil milhas náuticas. A tripulação prevista é para uma média de 200 militares, incluindo ainda acomodações para mais 60 militares, que poderão embarcar dependendo da missão. Além disto, o navio escolta terá capacidade de transportar e operar dois helicópteros tipo AH-11 (Super Linx) ou um EC-725. O armamento será composto de mísseis superfície-superfície, mísseis de lançamento vertical superfície-ar, um canhão de 127 milímetros, canhões automáticos de 40 milímetros e 20 milímetros, com sensores e sistema integrado de combate, além de lançadores de torpedos e bombas de profundidade submarina.

DefesaNet

DilmaX – Presidente Dilma Torpedeia Acordo Naval com a Itália Fevereiro 2011 Link

LAAD Bastidores 2 – BAE Systems: Global Combat Ship, Type 26 ou Type 22?  Maio 2011 Link

Reunião do Comitê de Coordenação do Acordo de Cooperação Itália-Brasil Agosto 2011 Link

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