Os 10 mandamentos da US NAVY

Publicado Revista Alfa 18 Julho 2011

A Marinha Americana colocou em sua conta no Facebook um cartaz com 10 dicas para não cometer um estupro. Entre as sugestões, estava esta: “Se você ajudar uma pessoa com problemas no carro, lembre-se de não estuprá-la”. Quem achou que era apenas uma brincadeira de mau gosto, estava errado. “A intenção do pôster era encorajar a discussão de um assunto importante”, disse o porta-voz Alana Garas.

O problema dentro da Marinha dos EUA é grave. 611 casos de estupro foram registrados no ano de 2010. Aumento de 3% em relação ao ano de 2009. O estupro atinge 19% das mulheres e 2% dos homens são violentados nas forças armadas americanas. “Este é um crime que não será tolerado e a Marinha continuará a explorar maneiras desta questão chegar aos nossos marinheiros”, completou Garas.

A Marinha considera que faltou um contexto para o cartaz de dicas, retirado de um site feminista. Mas julga que as suas polêmicas mensagens, tais como “se você estiver em um elevador e outra pessoa entrar nele, não a estupre” e “não coloque drogas na bebida de alguém para controlar seu comportamento”, atingiram o objetivo de alertas seus comandados.

Vinte minutos depois da mensagem original, a Marinha escreveu entre as críticas da foto: “É triste como parece ser, vocês ficariam surpresos em saber quantas pessoas precisam ouvir estas coisas aparentemente básicas”.

Riss Progar, uma futura analista de inteligência da força naval norte-americana, é uma das mais de 300 pessoas que comentaram o cartaz no Facebook. “Como mulher, eu não acho este pôster ofensivo. Eu o acho extremamente informativo. Não é para ser engraçado e eu não vejo nada de divertido nele”. Mas está não é a opinião padrão. Outra mulher reclama: “Eu imaginava isto no mural dos meus amigos mais idiotas, não no mural da Marinha”.

O Pentágono tenta evitar um novo escândalo como o que aconteceu em 1991, quando mais de 100 marinheiros estupraram 87 fuzileiras dentro do hotel Las Vegas Hilton, ou os 100 casos registrados durante a guerra do Iraque, em 2003.

O cartaz é de mau gosto, pode não ter graça nenhuma e gerar duplas interpretações, mas, como disse um dos comentários no Facebook, “se o objetivo era trazer o estupro para a pauta, é óbvio que está funcionando”.

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