O ministro da Defesa do Suriname, Lamure Latour, discutiu nesta sexta-feira sobre a possibilidade de novos acordos de cooperação com o Brasil. Além das parcerias que já estão andamento, como a revitalização veículos blindados e o treinamento de militares do Suriname pelas Forças Armadas brasileiras, o país vizinho oficializou o interesse em obter apoio na capacitação marítima, na pavimentação de pistas de pousos e da construção de hangares em aeroportos da região de Selva Amazônica.
Em relação à Marinha do país vizinho, a ideia é que a Força Naval brasileira preste apoio nos mesmos moldes do suporte oferecido à Namíbia, país africano que contou com auxílio brasileiro para criar e compor sua força marítima. De acordo o chefe do Estado-Maior da Armada (EMA), almirante Carlos Augusto de Sousa, o Brasil pode prestar apoio na capacitação marítima, iniciando com grupos de trabalho para orientar o país vizinho no adestramento e formação de pessoal.
Além da capacitação em recursos humanos, o apoio brasileiro prevê ainda a compra de navios-patrulha pelo Suriname, que, segundo o chefe do EMA, está em estágio de conclusão, aguardando apenas a aprovação do Ministério das Finanças do Suriname. Outras possibilidades de parceria, como a inclusão de militares do Suriname no curso de controlador de tráfego da Marinha do Brasil e a criação de um centro de capacitação, também foram debatidas no encontro.
O ministro Celso Amorim cumprimentou o colega surinamês pelas presidências Pro Tempore da União Sul-Americana de Nações (Unasul) e do Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS) . Também ressaltou a importância de aprofundar o debate com os demais países membros para no futuro se criar um órgão deliberativo.
O comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, manifestou que as relações entre Brasil e Suriname são cordiais e participativas no ambiente de selva. O general relatou diversos exemplos desta cooperação envolvendo adestramento e formação de militares surinameses.
Visitas Esta é a terceira vez que o ministro Lamure Latour visita o Brasil. Durante esta semana, ele e sua delegação conheceram a fábrica da Agrale, no Sul do país, onde é fabricado o utilitário militar Marruá.
O Suriname já adquiriu seis veículos Marruá que serão entregues em breve. A comitiva surinamesa ainda conheceu o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), em Brasília, e a Empresa Gerencial de Projetos Navais (Emgepron), da Marinha do Brasil, no Rio de Janeiro.
Cooperação
O chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, brigadeiro Ricardo Machado Vieira, explicou que as demandas do Suriname foram submetidas à Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA), que emitiu um relatório. Entre as solicitações do Suriname estão a pavimentação de pistas de pousos em aeroportos da região de Selva Amazônica e a construção de hangares.
O diretor-geral do Censipam, Rogério Guedes Soares, afirmou que vê a possibilidade de firmar um acordo específico nas áreas de proteção ambiental e geotecnologia, além de um curso. Ele lembrou que na visita, ocorrida na quinta-feira (7), às instalações do Censipam, foram apresentados conceitos sobre o funcionamento do sistema de proteção e vigilância da Amazônia.
Já o secretário de Produtos de Defesa, do Ministério da Defesa, Murilo Barboza, demonstrou satisfação com a visita da comitiva do Suriname à fabrica da Agrale. Ele disse ainda que após a assinatura do contrato com a Emgepron, o Suriname poderá receber as lanchas-patrulha Marlim em 18 meses.