Forças Armadas saem da Rocinha, mas permanecem no Rio de Janeiro

Depois de uma semana de atuação na Rocinha, em ações de apoio aos órgãos de segurança pública do estado do Rio de Janeiro, os militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica encerraram, nesta sexta-feira, suas atividades na comunidade.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, explicou que a decisão de retirada das tropas se deveu, especialmente, ao fato de a situação de confronto entre criminosos no local ter sido estabilizada, mas, destacou que, se for necessário, as tropas retornarão ao local num período curto de tempo, com uma Força Tarefa de ação rápida, quando demandadas pelo estado. “Nós não estamos abandonando a Rocinha.

Estamos retirando um efetivo que precisa ser empregado em outros lugares”, explicou. “Agora, se for necessário, e, a pedido do governo do estado, nós temos condições de retornar rapidamente e apoiar as ações desenvolvidas pelas polícias e pela Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro”, afirmou o ministro.

Na última sexta-feira (22), 950 militares das Forças Armadas foram enviados até a comunidade da Rocinha para realizar ações de ocupação dos acessos, controle de estradas e trânsito. As tropas realizaram uma operação de cerco, ocupando pontos estratégicos, de forma a liberar efetivos da Polícia Militar para atividades dentro da comunidade, em cumprimento a mandados de busca e apreensão e ações de prisão.

Passada uma semana, o ministro da Defesa explicou hoje que, além de a situação ter sido estabilizada, houve mudanças no cenário da criminalidade local, o que exige novas estratégias de atuação, sempre em apoio às orientações da Secretaria de Segurança Pública do estado.

“Nós enfrentamos aqui um combate de movimento, não é um combate de posição. Então, se o crime se desloca, nós temos que mudar”, explicou o ministro, destacando que a ação das Forças Armadas em Garantia da Lei e da Ordem (GLO) é ampla e deve apoiar a polícia em diversas outras regiões do Rio. “Nós temos varias outras operações que já estão programadas, e outras comunidades do Rio de Janeiro reclamam a presença da polícia e, em apoio às policias, das Forças Armadas”, explicou Raul Jungmann.

O ministro da Defesa destacou ainda que a situação em todo o estado é complicada e não poderá ser resolvida com operações policiais pontuais. De acordo com o ministro, além de soluções financeiras e fiscais do Rio de Janeiro, é preciso uma resolução mais ampla, nos moldes de uma força-tarefa, que vislumbre um combate permanente à influência do crime organizado no estado e, também, de ações que restrinjam o contato de bandidos que já estão presos em unidades penitenciárias de segurança máxima com bandidos que ainda soltos e ainda atuando nessas comunidades.

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