“Teremos foco na inteligência” diz ministro da Defesa sobre atuação das Forças Armadas no Rio

Adriana Fortes


“Inteligência”. Foi essa palavra que o ministro da Defesa, Raul Jungmann, usou para definir o trabalho das Forças Armadas em apoio ao Plano Nacional de Segurança no Rio de Janeiro. A declaração foi feita durante uma coletiva de imprensa realizada na sede do Comando Militar do Leste, no centro do Rio de Janeiro (RJ). O ministro participou também da abertura dos trabalhos da primeira reunião do Estado Maior Conjunto, o grupo responsável pela integração e coordenação das ações militares na capital carioca.

Segundo Jungmann, as operações não serão de patrulhamento ostensivo, mas de inteligência e integração, com operações específicas que deverão ser deflagradas após detalhado trabalho de planejamento. "Teremos foco na inteligência, na integração e no trabalho policial. Tudo isso com total e integral apoio das Forças Armadas, que participarão de formas diferentes nas diversas ações", disse o ministro.

Ele também destacou a importância do apoio da sociedade para o sucesso da missão : "Peço que a sociedade do Rio dê um crédito às forças militares e policiais que vão estar nesse trabalho. É um trabalho sério que está sendo feito desde o início do ano. Precisamos de compreensão, apoio e participação ativa da sociedade", afirmou o ministro.

A redução efetiva da insegurança na cidade também foi citada pelo titular da Defesa: "Quando você utiliza as Forças Armadas, quando você, extensivamente, desdobra contingente na cidade, você tem sensação de conforto. Entretanto, não basta só inibir. A nossa grande preocupação é reduzir a criminalidade", completou ele.

Jungmann anunciou também que durante o período de atuação das Forças Armadas, na capital carioca, deverão ser realizadas trabalho de assistência social nas comunidades em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social.

A agenda do ministro no Rio de Janeiro continuará amanhã com visitas ao arcebispo do Rio, cardeal Dom Orani Tempesta; à Federação das Indústrias do Rio de Janeiro; à Procuradoria Geral do Estado e ao Tribunal de Justiça.

Forças Armadas vão atuar auxiliando operações policiais no RJ até o final de 2018¹

Tempos difíceis e extraordinários requerem medidas difíceis e extraordinárias." A frase foi dita pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, para resumir como as Forças Armadas irão atuar no Rio de Janeiro até o último dia de 2018.

Segundo ele, não será uma forma "clássica" de ocupação, como é previsto nos decretos de garantia da lei e da ordem, GLO, alguns deles assinados no período das olimpíadas. "[O objetivo é] Golpear o crime organizado. E para isso, temos que fazer coisas que não são usuais. Essas operações não serão anunciadas. Não serão divulgados efetivos, custos e locais. Só após a deflagração da operação", detalhou Jungmann.

O comunicado foi feito nesta quinta-feira (27) na sede do Comando Militar do Leste, no Centro do Rio. Durante o anúncio, Jungmann também prometeu ações sociais durante a atuação das forças armadas no estado.

"Não vamos realizar aquilo que se chama GLO [Garantia da Lei e da Ordem] clássica. A nossa operação, que irá até o último dia do atual governo, no fim de 2018, tem uma série de inovações", explicou Jungmann. Mais cedo, Jungmann participou da primeira reunião do Estado-Maior Conjunto para Operações Integradas no Rio de Janeiro.

Trata-se de um órgão de coordenação e planejamento criado para apoiar o Plano Nacional de Segurança, definido pelo governo federal, que atuará no RJ até o fim do próximo ano. Omitir as informações sobre o que venha a ser feito será fundamental para garantir o "elemento surpresa", garantiu Jungmann.

As atuações irão focar em desarticular arsenais do crime, rotas do tráfico de drogas e armas. Uma das justificativas para a mudança no emprego de militares foi a longa permanência do Exército no Complexo da Maré.

De acordo com Jungmann, foram gastos R$ 400 milhões durante 1 ano e meio de ocupação no conjunto de comunidades e, atualmente, o crime organizado voltou a dominar as favelas. O ministro explicou ainda que esta ação, pela primeira vez, também terá efeito social.

Jungmann informou que isso será feito com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social. Segundo o ministro, já há um pacote de propostas e soluções sobre o que deverá ser feito nas comunidades.

¹com Nicolás Satriano / G1

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