Pezão pede a permanência do Exército no Rio até o fim do carnaval

Vera Araújo

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, pediu na manhã desta terça feira ao governo federal que mantenha as Forças Armadas no Rio até o fim do carnaval. O prazo do convênio entre o estado e a União para a permanência do Exército termina na quarta-feira. Pezão aguarda a decisão do presidente Michel Temer e do Ministro da Defesa, Raul Jungman.

Desde a semana passada, nove mil militares — oito mil do Exército e outros mil da Marinha — iniciaram a Operação Carioca, cujo objetivo é reforçar o policiamento no Rio e na Região Metropolitana. Na ocasião do anúncio do início da operação, o ministro da Defesa afirmou que o período de patrulhamento poderia ser estendido.

O pedido de patrulhamento do Exército foi feito na mesma época em que a Polícia Militar ameaçava fazer uma greve. Á época, no entanto, o governador negou que esse fosse o motivo. Outro foco de preocupações do governo são os protestos em frente à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), com a votação do pacote de ajuste fiscal, que devem se intensificar.

O Exército ficou responsável pelo patrulhamento da Avenida Brasil e da Transolímpica, mas não fará o policiamento das Linhas Amarela e Vermelha. Já os fuzileiros da Marinha ficam entre a região Portuária, do Caju ao Aeroporto Santos Dumont, e por toda a Zona Sul, exceto em São Conrado.

Baixada Fluminense e favelas do Rio não receberão patrulhamento de militares

Os nove mil militares das Forças Armadas (oito mil do Exército e mil fuzileiros da Marinha) que começaram a patrulhar pontos do Rio na tarde desta terça-feira, estarão em apenas algumas vias expressas da cidade. A Baixada Fluminense também não foi incluída na área de atuação das Forças Armadas, e também não haverá, segundo o ministro da Defesa, presença de militares em favelas da cidade.

Apesar de uma das justificativas para a vinda dos militares, segundo o governador Luiz Fernando Pezão, foi o aumento do número de turistas nas ruas durante o carnaval, o aeroporto do Galeão também não foi incluído nas áreas de patrulhamento, ao menos neste início da operação.
 
A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Comando Militar do Leste, que reafirmou que a situação do Rio de Janeiro é considerada de “normalidade”.

O Exército ficará responsável pelo patrulhamento da Avenida Brasil e da Transolímpica, mas não fará o policiamento das Linhas Amarela e Vermelha. Já os fuzileiros da Marinha serão distribuídos entre as zonas Portuária e Sul da cidade.

Além dessas vias, os agentes do Exército estarão presentes em Deodoro e em regiões de Niterói e São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.  O Centro do Rio também foi excluído da área de atuação militar da operação. De acordo com Jungmann, o policiamento na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro será feito pela Força Nacional de Segurança e pela Polícia Militar. A Alerj tem sido palco frequente de protestos, como o ocorrido na tarde desta terça-feira.

Zona Sul será patrulhada

Já os mil fuzileiros da Marinha estarão presentes no Caju, na Zona Portuária no aeroporto Santos Dumont e em toda a Zona Sul, exceto em São Conrado.

Durante o anúncio do patrulhamento, Jungmann afirmou que a operação é preventiva. Segundo ele, as tropas das Forças Armadas terão poder de polícia. Os agentes serão autorizados, por exemplo, a fazer revistas em ônibus, como realiza a Polícia Militar em algumas linhas durante a Operação Verão.

— Estamos iniciando nesta terça-feira a Operação Carioca. Não existe nenhum descontrole dos meios para manutenção da ordem, nenhuma insuficiência ou indisponibilidade dos recursos dos órgãos de segurança pública para manutenção da lei e da ordem — explicou o ministro da Defesa.

O ministro reconheceu que há protestos de familiares de policiais militares, mas minimizou o prejuízo ao trabalho da corporação:

— Diferentemente do que se passou no Espírito Santo, não há descontrole, não há desordem. O policiamento está na ordem de 95% nas ruas. O pedido do governador foi, diante da amplitude das tarefas, a necessidade do emprego preventivo das Forças Armadas. De fato, temos protestos, mas não estão impedindo que as forças policiais trabalhem. Essas são as informações do nosso setor de inteligência.

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