O ministro da Defesa, Celso Amorim, visitou na manhã desta sexta-feira (09) o Complexo da Maré, na cidade do Rio de Janeiro. A visita, que incluiu um recorrido pelas ruas da área que reúne 16 comunidades na capital fluminense, ocorreu cerca de um mês após o início das atividades da Força de Pacificação responsável pela missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na localidade.
Acompanhado do comandante do Exército, general Enzo Peri, e do comandante militar do Leste, general Francisco Modesto, Amorim também assistiu a uma apresentação sobre os resultados do primeiro mês da operação. Responsável pela exposição, o comandante da Força de Pacificação, general Roberto Escoto, afirmou estar satisfeito com a evolução dos trabalhos. “Estamos percebendo uma mudança positiva de percepção da população em relação à atuação da tropa”, disse ele ao ministro.
Desde o início da operação, militares do Exército e do Grupamento de Fuzileiros da Marinha realizaram uma série de apreensões de armas e drogas no complexo. Com auxílio das polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro, prenderam duas importantes lideranças do tráfico no local e, por meio de ações de patrulhamento ostensivo e de inteligência, avaliam que têm conseguido, progressivamente, aumentar a sensação de segurança dos moradores do Complexo.
Por meio das ações cívico-sociais, com iniciativas como atendimentos de saúde e serviços de emissão de documentos, a Força de Pacificação também tem procurado se aproximar da comunidade. Nesse mesmo sentido, os oficiais têm buscado as lideranças comunitárias para abrir canais de diálogo e explicar os motivos da operação, cujo objetivo central é pacificar a comunidade e preparar o terreno para a implementação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no local.
Missão delicada
Durante a apresentação, Amorim também ouviu relatos que mostram a delicadeza de uma operação de GLO numa imensa área urbana, com 130 mil habitantes e que há tempos convive com uma “guerra” entre três organizações criminosas. Em duas ocasiões, por exemplo, soldados da Força da Pacificação foram atingidos por tiros disparados por criminosos. Os projéteis ficaram alojados nos coletes à prova de balas dos militares.
O comandante da Força de Pacificação também relatou a Amorim o resultado das conversas que vêm sendo mantidas com líderes comunitários. Segundo o militar, os moradores apresentaram uma série de demandas, como a necessidade de ampliação de hospitais, escolas e áreas de lazer para a comunidade.
Escoto também falou a Amorim sobre a necessidade e a importância da cooperação de autoridades do governo estadual e do município do Rio de Janeiro para o sucesso da operação.
Após assistir ao balanço, Amorim embarcou em um jipe Marruá do Exército e percorreu as ruas das áreas que compõem a Maré para ver in loco as atividades da tropa e sua relação com a comunidade.
Atualmente, 2.477 militares participam da operação de segurança na Maré. As tropas são compostas por homens do Exército e do Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais da Marinha. Do total do efetivo, cerca de 200 homens são da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
As Forças Armadas iniciaram a operação de GLO no último dia 5 de abril, após a presidenta Dilma Rousseff autorizar a atuação das tropas no Complexo da Maré em razão de um pedido realizado pelo então governador do estado, Sérgio Cabral. O aparato militar permanece na Maré até o dia 31 de julho deste ano.
A Diretriz Ministerial nº 9, assinada pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, determina o emprego dos militares nas seguintes localidades: Praia de Ramos, Parque Roquete Pinto, Parque União, Parque Rubens Vaz, Nova Holanda, Parque Maré, Conjunto Nova Maré, Baixa do Sapateiro, Morro do Timbau, Bento Ribeiro Dantas, Vila dos Pinheiros, Conjunto Pinheiros, Conjunto Novo Pinheiros (Salsa & Merengue), Vila do João e Conjunto Esperança.
O emprego militar em GLO é amparado pela Lei Complementar nº 97/1999; Decreto nº 3.897/2001 e artigo 142 da Constituição Federal.