Equipe DefesaNet
O governo da Argentina expressou nesta quarta-feira (1º) "preocupação" por seis voos realizados em 2016 pela Real Força Aérea do Reino Unido entre aeroportos do Brasil e uma base área nas Ilhas Malvinas, sob domínio britânico e cuja soberania é reivindicada por Buenos Aires. ( Ver nota na íntegra do Ministerio de Relaciones Exteriores y Culto no box abaixo)
O Ministério das Relações Exteriores da Argentina instruiu a embaixada do país no Brasil a realizar gestões junto ao Itamaraty para "transmitir preocupação" pelos voos detectados.
O setor para as Malvinas da Chancelaria argentina foi informada dos voos pela Direção Nacional de Controle de Passagem Aérea, que é ligado ao Ministério da Defesa do país.
Segundo o relatório, durante 2016 foram realizados pelo menos seis voos militares da Real Força Aérea do Reino Unido entre aeroportos brasileiros e as Ilhas Malvinas. Além disso, a Argentina afirmou que registrou 12 voos semelhantes em 2015.
Em comunicado, a Chancelaria argentina disse que os voos ocorreram apesar do "compromisso brasileiro de não receber em seus aeroportos e portos aeronaves ou navios britânicos de guerra deslocados nos arquipélagos sob disputa".
Segundo o governo da Argentina, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil respondeu não ter conhecimento dos voos. E, por isso, se comprometeu a consultar o Ministério da Defesa.
Além disso, o governo brasileiro "reafirmou o apoio" à Argentina em sua reivindicação de soberania sobre as Ilhas Malvinas.
"Por outro lado, foram efetuadas gestões com a embaixada do Brasil em Buenos Aires, cuja resposta foi similar a das autoridades em Brasília, destacando que se tratariam de questões humanitárias ou emergências provocadas por imperfeições técnicas", indicou a nota.
— CancilleríaArgentina (@CancilleriaARG) 1 de março de 2017
Ministerio de Relaciones Exteriores y Culto Vuelos militares entre las Islas Malvinas y aeropuertos brasileños
01 Marzo 2017
Información para la Prensa N°: 054/17
La Dirección Nacional de Control de Tránsito Aéreo informó a la Dirección de Malvinas que durante 2016 fueron realizados al menos 6 vuelos militares operados por la Real Fuerza Aérea entre aeropuertos brasileños y Monte Agradable.
Cancillería instruyó a la Embajada Argentina en Brasil la realización de gestiones ante la Cancillería local a fin de transmitir preocupación por dicha situación. Además se recordó el compromiso brasileño de no receptar en sus aeropuertos y puertos aeronaves o buques británicos de guerra apostados en los archipiélagos bajo disputa en concordancia con la posición adoptada por MERCOSUR y UNASUR.
La Cancillería brasileña reafirmó el apoyo a nuestro país en la Cuestión Malvinas e indicó que no tenía conocimiento de estos vuelos, comprometiéndose a desarrollar las consultas pertinentes al Ministerio de Defensa local.
Por otro lado, se efectuaron gestiones con la Embajada del Brasil en Buenos Aires, cuya respuesta fue similar a la de las autoridades en Brasilia, señalando que debería tratarse de cuestiones humanitarias o de emergencias provocadas por desperfectos técnicos.
Según consta en los registros de la Dirección de Malvinas, durante 2015 hubo 12 vuelos similares detectados por la Fuerza Aérea Argentina desde Brasil. El entonces Embajador Daniel Filmus realizó gestiones similares con el Embajador de Brasil en Argentina y también se hicieron gestiones desde nuestra Embajada en Brasilia. Las respuestas en ambos casos fueron similares a las obtenidas en enero de 2017.
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Aeronave VC-10 no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em 2007. Foto Cortesia Fábio Fonseca – Aeroentusiasta
Nota DefesaNet
A posição brasileira no conflito é de ao menos dúbia. Embora oficialmente apoie diplomaticamente a Argentina, em muitas oportunidades prestou apoio logístico, em especial nas operações de manutenção das tropas britânicas nas Malvinas/Falklands.
O evento mais importante foi em 1983, quando o jornal Zero Hora, em um brilhante trabalho do fotógrafo Fernando Gomes, conseguiu registrar o pouso de um Hercules da RAF, na Base Aérea de Canoas (BACO).
Para as repercussões da Crise Diplomática que sucederam ao pouso, em 1983, acesse a Série TOP SECRET.
Posteriormente, ao longo dos anos 90 e 2000 eram usuais os pousos de aeronaves britânicas no aeroporto de Porto Alegre, tanto na ida como na volta das ilhas Malvinas/Falklands. A tripulação aproveitava para pernoitar, além do reabastecimento. Não se tem conhecimento de pousos em Bases Militares neste período.
Série Top Secret
Index das matérias publicadas na Série Top Secret – Ingleses em Canoas – O uso de Bases Brasileiras para pousos de aviões ingleses em rota para as Malvinas. As negativas diplomáticas e no fim o real objetivo da permissão Brasileira. Inclui matérias do Jornal Zero Hora, revista Veja e outros jornais da época:
1 – Abertura Top Secret – Ingleses em Canoas Link 2 – Exclusivo Zero Hora 24 Junho 1983 – Na Base de Canoas o avião inglês que abastece as Malvnas Link 3 – Top Secret – Brasil tenta a "estória" dos Pousos Técnicos Link MMMatérias dos jornal Zero Hora dos dia 25 Junho 1983 4 – Top Secret – Ingleses Detonam – Confirmam os pousos Link MMMatéria do jornal Zero Hora do dia 27 Junho 1983 5 – Top Secret – Ingleses em Canoas – VEJA – EMBRAER dá a Pista Matéria de VEJA 29 Junho 1983 |
Nota DefesaNet Recomendamos a leitura da matéria do Historiador Naval Carlos César Oliveira sobre a visita do navio de patrulha polar britânico HMS “Protector” ao porto do Uruguai. Malvinas – Falklands – Uruguai contorna pressão Argentina e permite navios da Royal Navy Link |