Pedro Paulo Rezende
Especial para DefesaNet
Brasília — A frota brasileira de 91 carros de combate M-60A3TTS (Tabk Thermal Sight) será integralmente recolocada em operação, reforçando a capacidade do Comando Militar do Oeste. Atualmente, apenas 60 viaturas estão em serviço. O Comando do Exército já encaminhou correspondência para a Secretaria de Defesa dos Estados Unidos solicitando os suprimentos necessários para a medida.
O mercado de sobressalentes do M-60 é bastante amplo e há pacotes de modernização desenvolvidos por Israel que ampliam a capacidade de sobrevivência, com o uso de blindagens modular e ativa, e o poder de fogo do modelo, que pode incluir um canhão de 120 mm em lugar do L-107 de 105 mm. Entre os planos da Força Terrestre está a aquisição de mais unidades de carros de combate Leopard 1A5, que substituiriam os remanescentes do lote de 128 Leopard 1A1 adquiridos da Bélgica na década de 1990.
Está em negociação com os Estados Unidos um lote de peças de reposição para os M60A3TT, incluindo motores, filtros, transmissões e outras equipamentos. Os carros M60A3TTS estão em operação no EB desde o fim dos anos 90.
O Exército Brasileiro pretende modernizar os Leopard 1A5BR brasileiros com a troca de todos os equipamentos eletrônicos de bordo e a adição de módulos de blindagem para melhorar a proteção dos carros de combate. Segundo uma fonte da Força Terrestre, a realização de um upgrade poderia acrescentar conhecimento tecnológico para as empresas da Base Industrial de Defesa. A frota de Leopard 1A1 não receberá qualquer atualização. Equipada com um sistema de estabilização desenvolvido pela SABCA seria extremamente caro convertê-lo a um padrão mais atual.
No entanto, a Krauss-Maffei Wegmann (KMW) do Brasil já alertou o Exército Brasileiro que a frota de Leopards 1A5BR se aproxima do fim de sua vida útil. A empresa já se prepara para o processo de substituição da frota de carros de combate em operação pela Força Terrestre, incluindo os M-60A3 TTS. Localizada no município gaúcho de Santa Maria, encaminhou um questionário para o Comando do Exército solicitando dados suficientes para a elaboração de um novo projeto.
— Estimamos que a partir de 2020 os carros de combate do Exército vão perder sua validade e precisamos decidir agora como poderemos cumprir suprir os requisitos futuros da Força Terrestre — disse uma fonte da KMW. — Precisamos de, no mínimo, cinco anos para elaborar um novo desenho. (Nota DefesaNet publicará um Estudo Prospectivo sobre o desenvolvimento de um Carro de Combate nacional)
Entre as propostas em estudo, uma delas emprega o chassi de um veículo de combate de infantaria sobre lagartas, possivelmente embasado no Puma, um produto oriundo de uma joint venture entre a KMW e a Rheinmetall, com uma torre não tripulada. Há uma segunda, que tem uma configuração tradicional. A última utilizaria a plataforma do Boxer com oito rodas.
— Qualquer decisão da empresa depende da evolução econômica do país, mas temos de levar em conta que precisamos de no mínimo cinco anos para elaborar um projeto — ressaltou a fonte. — Se avaliarmos a situação de outros programas, veremos que as metas estão muito abaixo do previsto.
O Exército Brasileiro estuda a modernização que a empresa ELBIT Systems fez nos M60A3TTS para o Exército da Tailândia. Há poucos detalhes disponíveis mas acredita-se que inclua além dos sistemas optrônicos, melhoria do sistema de estabilização e pontaria e um upgrade na blindagem. Ver imagem abaixo.
Blindados sobre rodas
O Programa Guarani ganhou novo impulso com a liberação de recursos pela Financiadora de Projetos e Pesquisas (FINEP) para a fabricação de dois protótipos da viatura blindada de reconhecimento sobre oito rodas. Segundo o diretor de Fabricação do Exército Brasileiro, General-de-Brigada Hélio de Assis Pegado, a equipe da FIAT-IVECO já trabalha no novo projeto, que será completamente novo, embora empregue alguns componentes da versão 6 x 6.
Para Pegado, a equipe que trabalha os requerimentos também determinou novas exigências na concorrência que selecionará a torre do novo blindado 8 x 8:
— Vamos priorizar a questão da transferência tecnológica e a logística — afirmou.
A torre deverá carregar um canhão de 105 mm e o projeto deve ser flexível para permitir requerimentos futuros que determinem a ampliação do calibre da peça. Até o momento, quatro concorrentes disputam o contrato: a OTO-Melara, associada com a IMBEL e a ARES; a CMI Defence da Bélgica, a DENEL Land Systems da África do Sul e a China North Industries Corporation (NORINCO).
Novos participantes poderão ser aceitos a partir da liberação de um novo RFP (requerimento para propostas). Uma alternativa mais barata seria a aquisição de carros de combate sobre rodas italianos Centauro B1, equipados com um canhão Oto Melara 105 mm que dispara munição compatível com a do L7 usado nos Leopard 1ª5BR e M-60A3TTS do Exército Brasileiro.
Segundo o general Pegado, o Programa VBTP-MR, que selecionou a IVECO como vencedora da concorrência Guarani, entregou 215 das 2.400 unidades 6 x 6 previstas pelo Exército. Os novos lotes deverão ser revisados segundo modificações propostas pela avaliação operacional da Força Terrestre.
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