I – Pérolas escondidas – Rússia Submarino AMUR 950

Pedro Paulo Rezende

Especial para DefesaNet

Brasília — Uma grande feira como a LAAD oferece uma carga enorme de informação. Em meio a centenas de estandes, pequenas maquetes se perdem, às vezes com conceitos extremamente interessantes e inovadores. Protótipos promissores e com poucos concorrentes no mercado deixam de chamar a atenção desviada por pavilhões de superpotências.

Apresentamos o Projeto do submarino AMUR 950. Em primeira análise tradicional  um submarino. Mas traz a possibilidade de uma estratégia operacional inovadora.

RÚSSIA – SUBMARINO AMUR 950

O primeiro deles é o AMUR 950, um pequeno submarino de, aproximadamente, 1.065 toneladas. Para discutir os méritos do projeto, cabe um parêntese: em 15 de novembro do ano passado, mísseis de cruzeiro Kalibr atingiram alvos na cidade de Alepo, na Síria, depois de percorrerem cerca de 1.500 km. As publicações ocidentais descobriram surpresas que boa parte deles fora disparada do Mar Cáspio por pequenas corvetas e fragatas, algumas com menos de 700 toneladas.

Modelo do Submarino AMUR 950.  Foto – Lucas Lacaz / DefesaNet

Na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), apenas duas esquadras possuem capacidade similar: a dos Estados Unidos, pioneira no uso deste tipo de armamento, e a do Reino Unido. No entanto, empregam seus mísseis de cruzeiro a partir de submarinos nucleares e contratorpedeiros com mais de 7 mil toneladas de deslocamento. O equipamento russo pode ser disparado de pequenas embarcações de patrulha ou, a partir de instalações em contenedores, em navios mercantes, uma grande vantagem em cenários de conflito dissimilares.

Agora, vale uma simulação: uma força tarefa ameaça um país do Oriente Médio equipado com submarinos AMUR 950 de dois modelos. O primeiro dispõe de seis tubos de torpedo com 14 recargas. O segundo, além de quatro tubos de torpedo, está armado com dez tubos de lançamento vertical de mísseis de cruzeiro — um submarino nuclear da Classe Los Angeles, com mais de 6 mil toneladas, dispõe de doze.

 

Míssil de cruzeiro Kalibr lançado desde a fragata Almirante Grigorovich

na costa da Síria. Foto – MOD – Russia

São navios silenciosos, que podem operar a 300 metros de profundidade e extremamente letais, capazes de lançar salvas contra porta-aviões e navios de superfície a mais de 1 mil quilômetros, fora do alcance da defesa antissubmarina da frota. Uma capacidade dissuasória importante a baixo custo.

O AMUR 950 é menor que o IKL 212, o submarino-padrão das principais esquadras da OTAN, mais armado e exige menos tripulação: apenas 19 homens. Vale uma comparação com nossos IKL 209-1400, que possuem 40% a mais de deslocamento, estão armados com oito tubos de torpedo e seis recargas e necessitam de 30 tripulantes.

Submarino AMUR 1650 no estaleiro. Foto – AMUR

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