KC-390 – EMBRAER otimista na perspectiva de mercado

 

Pedro Paulo Rezende
Enviado Especial DefesaNet a FIDAE 2016

Santiago do Chile — A EMBRAER está confiante nas perspectivas de mercado do KC-390, mesmo diante do surgimento de potenciais concorrentes no mercado, como o Antonov An-178. “Temos um produto extremamente competitivo e uma grande vantagem sobre os ucranianos” —  ressaltou o diretor do programa, Paulo Gastão, — “nosso avião saiu de uma linha de montagem enquanto eles são um escritório de projetos sem nenhuma fábrica para produzir o aparelho.”

A Antonov firmou, recentemente, um acordo com a Arábia Saudita para produzir o An-132, uma versão radicalmente modificada do velho An-32, em uma nova planta nas proximidades de Riad. Entre os projetos previstos para dar continuidade ao processo está o An-178, um aparelho biturbina, na classe do C-130, capaz de levar 17 toneladas de carga.

“Respeitamos muito a história da Antonov”, afirmou Gastão, “mas nosso produto concorre em uma faixa superior, com 27 toneladas de carga, e tem várias vantagens no momento, inclusive na quantidade de horas voadas. Já cumprimos mais de 150 horas com o protótipo número 1 e o protótipo número 2, depois de cumprir um ano de serviço em teste estático, está pronto para começar a série de voos.”

Para dar continuidade ao programa de desenvolvimento, a EMBRAER investiu dinheiro próprio no projeto, uma vez que os repasses devidos pelo Ministério da Defesa estão em atraso. Segundo o balanço da empresa, o passivo do governo já ultrapassa US$ 1,2 bilhão, cerca de R$ 4 bilhões. Duas células para testes estruturais encontram-se em fase de montagem para serem agregadas ao programa de testes.

“Acreditamos no KC-390”, assegurou Gastão, “que disputa um mercado superior a 2 mil unidades. Nenhum outro aparelho tem a capacidade de carga e as mesmas características, já testadas, de poder operar a partir de pistas não preparadas. Ele é superior ao C-130 Hercules em todas as prestações. Os testes foram conclusivos, nosso produto superou todas as nossas expectativas, por isto cumprimos nosso compromisso de ter dois protótipos voando.”

A EMBRAER prevê a certificação do KC-390 no final de 2017, segundo indicou O CEO da EMBRAER Defesa & Segurança Jackson Schneider.  A EMBRAER tem 28 contratos para entregar o KC-390 para o Brasil e 32 cartas de intenção com outros países, incluindo Chile, Portugal e Argentina. A companhia também está em conversas avançadas com alguns outros países que ainda não anunciaram uma intenção de comprar a aeronave, disse Schneider, sem nomeá-los.

Schneider disse que a EMBRAER mantém uma imagem positiva no exterior apesar da atual agitação econômica e política do Brasil, mas sugeriu que o atraso do KC-390 afetou potenciais clientes.

Super-Tucano

A empresa também mostrou sua confiança no Embraer 314 Super-Tucano, vendido para 13 países e testado em combate. A empresa reafirmou seu compromisso de manter a fabricação dos componentes no Brasil, apesar do crescente interesse estadunidense no avião.

“Todos os componentes são feitos em Botucatú ou Gavião Peixoto para serem montados em Fort Lauderdale”, disse Gastão. “O mesmo ocorre na linha do Phenon, em Melbourne. Nossa presença nos Estados Unidos nos dá uma vantagem competitiva que não podemos abrir mão.”

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