Do simulador no Brasil aos céus da América
por Vianney Junior
Em abril de 2011 tivemos às mãos pela primeira vez os controles de voo do F/A-18F Super Hornet. Naquela ocasião, mesmo havendo levado o caça da Boeing aos limites de esforços estruturais e até mesmo engajado alguns boggies (aviões inimigos), pousamos sem uma única evidência de G-measles (pequenos rompimentos de capilares subcutâneos provocados por elevadas cargas G sustentadas).
Em março de 2012, quase um ano depois, refizemos o voo, mas, o resultado foi bem diferente. É que lá atrás, em 2011, pilotávamos o simulador do Super Hornet, a convite da Boeing durante sua apresentação aos militares, parlamentares e autoridades no Brasil. Agora, era tudo bem real. Pelo menos no que se refere às manobras, posicionamentos de ataque… e aos G’s!
Quanto aos sets de combate, desta feita, não disparamos nenhum tiro do canhão M61A2, um míssil AIM-9 que fosse, ou um único AIM-120 AMRAAM. Os alvos, igualmente, não eram verdadeiramente hostis, tanto embora tenham sido devidamente trackeados pelo potente radar AESA APG-79, e todos os targets aéreos, terrestres e marítimos lockados como se numa operação real fosse. Voávamos um F/A-18F dentro do espaço aéreo dos Estados Unidos da América.
E só voando o caça para compreender o quão bem sucedido é este projeto que conseguiu a constância de atualizações e incorporação de novas tecnologias embarcadas com extrema eficiência do trinômio inovação – funcionalidade – preço, em uma aeronave que permaneceu desde sua concepção até hoje, em missões de combate em cenários de diversas complexidades e em condições climáticas extremas, operando principalmente a partir de porta-aviões durante dia ou noite. Conhecendo muitos outros aviões de combate, e levando como escala a discussão “de prancheta” classificatória das gerações dos caças, podemos até dizer, pelo que se evidencia na prática, que o Super Hornet no momento, dentro da frota Americana, é um “5ª Geração” que funciona.