Modernização da Força de Mobilidade Aérea do Exército Brasileiro

Brazilian Army Modernizes Helicopters, Reinforces Aerial Mobility  


Andréa Barretto
 

O Exército do Brasil está modernizando a frota de 34 helicópteros AS 365 K-Pantera usada pelas Forças Armadas desde 1989.

Com as atualizações, os helicópteros ganharão a designação de AS 365 K2-Super Panteras. O terceiro helicóptero modernizado foi entregue à Força Terrestre em 21 de dezembro e passará a integrar a frota do 2º Batalhão de Aviação do Exército (BAvEx), que fica na cidade de Taubaté, em São Paulo.

A revitalização dos helicópteros aumenta sua potência em 40% e estende sua vida útil por 25 anos. Estão sendo instaladas várias atualizações em cada aeronave, como piloto automático digital, equipamento de visão noturna e corta-cabos – um dispositivo de proteção que evita acidentes em casos de choque com fios elétricos.

Para melhorar o desempenho dos helicópteros, os motores foram trocados pelo modelo ARRIEL 2C2CG. Os novos motores são mais fortes e mais eficientes no consumo de combustível, o que significa aumento de potência, de acordo com o Centro Social de Comunicações do Exército (CCOMSEx).

“Maior potência se reverte em maior carga útil, quer dizer, capacidade de suportar mais peso. Antes de ser modernizado, o Pantera carregava 4.150 quilos. Agora, ele vai carregar de 4.300 a 4.500 kg”, explica o CCOMSEx.

Os helicópteros AS 365 K-Pantera só podiam transportar em torno de oito militares, pois o peso, somado à carga de equipamentos a bordo, tornava o voo inseguro, de acordo com o CCOMSEx. “Mas, hoje, com a capacidade dos novos helicópteros, é possível transportar nove militares e operar em melhores condições de segurança.”

O novo piloto automático reduzirá a carga de trabalho dos pilotos. O equipamento faz o trabalho durante grande parte do voo, mas o condutor ainda precisa assumir o controle da aeronave durante momentos críticos, como a decolagem e o pouso.

Os óculos de visão noturna possibilitam voos à noite com uma necessidade mínima de iluminação. Essa tecnologia expande as possibilidades de uso dos helicópteros pelas Forças Armadas.

Quatro novas aeronaves serão entregues em 2016

As revitalizações e atualizações são resultado de um contrato de US$ 88,29 milhões (R$ 349,35 milhões) assinado entre o governo e a empresa brasileira Helibras em 2009. Pelo acordo, a empresa revitalizará os 34 helicópteros até 2021, data de término do contrato. A Helibras começou a entrega das aeronaves remodeladas em 2014, quando disponibilizou os dois primeiros Super Panteras. “Há previsão de recebimento de mais quatro unidades em 2016”, informa o CCOMSEx.

Os dois primeiros helicópteros remodelados foram praticamente reconstruídos, recebendo uma estrutura externa completamente nova, além de sistemas e equipamentos atualizados. Os demais – assim como o terceiro Pantera que passou pela reformulação – não terão sua estrutura externa trocada, embora seus sistemas e equipamentos estejam sendo atualizados com os mesmos itens que as aeronaves reconstruídas.

“Resulta que, do ponto de vista da Aviação do Exército, os helicópteros reconstruídos e os modernizados são iguais, padronizados, mantendo a mesma performance e o mesmo desempenho”, diz o CCOMSEx.

Os três helicópteros revitalizados passaram por uma série de testes, conhecida como Avaliação Técnico-Operacional. Durante a avaliação, o Exército realizou 150 missões em 12 cidades brasileiras, experimentando os mais diferentes ambientes do país, como a Floresta Amazônica – de clima úmido e chuvoso – e o cerrado central, seco e quente.

Os Jogos Olímpicos 2016

Os helicópteros Pantera são considerados pelo Exército aeronaves de “emprego geral”, porque servem a diversas missões, como busca e salvamento e patrulhamento de fronteira. Em 2015, os novos helicópteros realizaram algumas dessas missões, tendo completado 1.000 horas de voo em outubro.

Eles foram usados, por exemplo, para dar apoio aos militares que participavam, em solo, da Operação São Francisco, quando o Exército atuou como força de pacificação, durante 14 meses, no complexo de favelas da Maré, no Rio de Janeiro. As autoridades também anunciaram a utilização dos helicópteros Pantera durante os Jogos Olímpicos de 2016. De acordo com o plano, essas aeronaves servirão a atividades contraterrorismo , a cargo do Comando de Operações Especiais do Exército.

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