Guarani capota ao desviar de carro, em Apucarana

Monique Manganaro

Paraná – GMC Online

22 Maio 2020

 

Uma Viatura Blindada de Transporte de Tropas – Media sobre Rodas Guarani, do Exército Brasileiro capotou na quinta-feira, 21MAIO2020, após tentar desviar de um automóvel em uma rodovia na área rural de Apucarana (a 76 quilômetros de Maringá). O veículo pertence ao 30º Batalhão de Infantaria Mecanizado (30º BIMEC), unidade do Exército que tem base na cidade.

De acordo com informações do subtenente Nelson Silva Leão, relações públicas do batalhão, o blindado retornava de um treinamento de rotina. O veículo tem largura maior que a de carros convencionais e, por estar em uma rodovia estreita, o motorista teve receio de atingir outro automóvel que passava pelo local.

Ao tentar desviar do veículo civil, o tanque de guerra caiu em uma valeta à margem da pista, subiu em um barranco e capotou.

Segundo o Batalhão, a principal preocupação era com os dois militares que estavam dentro do tanque no momento do acidente: o motorista e o chefe de carro, responsável pela coordenação do veículo.

De acordo com Leão, por causa da pouca visibilidade, os dois ocupantes do blindado precisam trafegar com parte do corpo para fora do veículo. No momento em que houve o capotamento, o risco era que eles não tivessem tempo de entrar e se proteger da colisão.

Conforme o Batalhão, no entanto, tanto o motorista quanto o chefe de carro conseguiram entrar no veículo rapidamente e não se feriram. Os dois foram submetidos a exames médicos, mas não tiveram nenhuma lesão.

Por causa da manobra, o motorista do blindado também evitou a colisão com o automóvel que passava pela rodovia.

Nelson Silva Leão ressalta que o blindado pesa aproximadamente 14 toneladas e é utilizado pelo batalhão no transporte de pessoal. O veículo é blindado e tem armamento na parte superior.

Com o acidente, o blindado guarani teve danos materiais. O 30º BIMEC vai abrir um procedimento administrativo para apurar a situação.

 

Nota DefesaNet

Muitos leitores têm comentado como imperícia ou desqualificam os militares envolvidos no acidente.

Algumas considerações devem ser feitas.

1 – Embora a Viatura Blindada de Transporte de Tropas – Média Sobre Rodas (VBTP-MSR) seja relativamente leve cerca de 14 t, o seu projeto incluiu os últimos avanços em proteção. Um dos detalhes construtivos foi um vão livre do solo maior que o normal para dar uma proteção extra contra IEDs (Artefatos Explosivos Improvisados).

Os danos dos IEDs aos Veículos Blindados, são dramáticos. E podem ser de dois tipos. Destruição e danos à viatura. A violenta aceleração gerada pelo impacto explosivo também causa efeitos na tripulação. Mesmo que a estrutura / blindagem da viatura não seja penetrada gera efeitos Pós-Traumáticos nos tripulantes.

Ao aumentar a altura da viatura uma consideração da equipe de projeto o centro de gravidade do mesmo também é alterado fincando mais alto. Isto gera em certos momentos uma instabilidade na condução da viatura.

Poderia ser corrigido com uma suspensão dinâmica que compensasse os movimentos imprevistos. Algo similar ocorreu com o projeto da Mercedes-Benz Modelo A que após várias capotagens incluiu uma suspensão ativa e sanou o problema.

Veja testes de sobrevivência realizados no Guarani

2 – Outro ponto é característica do terreno

Um dos pontos mais temidos pelos condutores de viaturas blindadas são as laterais de estradas pavimentadas ou não. É muito comum quando blindados trafegam em área laterais de caminhos estes simplesmente desaparecerem, ruindo com a trepidação ou má consistência do terreno. Neste acidente o que temos foi uma valeta que desequilibrou de forma inesperada a viatura.

 

 

 

 

 

Na foto abaixo o lado da rodovia cede ao peso de um Carro de Combate M1A2 Abrams americano (cerca de 60 t).

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