FAB desiste de alugar caças Gripen, afirma diretor do DCTA

O cenário de ajuste fiscal no Brasil colocou por terra o projeto de arrendamento de 12 caças Gripen C/D, modelo antecessor da nova geração NG, que está sendo adquirida pela Força Aérea Brasileira (FAB). A necessidade operacional da FAB continuará sendo suprida, ainda que precariamente, pelos caças F­5 modernizados pela Embraer.

“Diante da atual conjuntura de ajuste fiscal, o Comando da Aeronáutica começou a avaliar, como alternativa, a possibilidade de antecipar o simulador de voo do Gripen NG, como forma de propiciar a familiarização dos pilotos e mecânicos com a nova plataforma”, disse o diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), brigadeiro Alvani Adão da Silva.

Além do treinamento dos pilotos propriamente dito, segundo Alvani, o simulador também permitirá uma melhor avaliação das potencialidades do novo caça e até a possibilidade de serem sugeridas mudanças na plataforma, no sentido de melhorar a sua performance.

A proposta de arrendamento, segundo ele, começou a ser discutida entre o Comando da Aeronáutica e o governo sueco no ano passado. O negócio não tinha nenhuma relação com a compra dos 36 caças do programa F­X2. O aluguel dos aviões era considerado uma solução interina, que iria preencher a lacuna operacional entre a desativação das aeronaves Mirage F2000 ,em dezembro de 2013, e a entrega dos primeiros jatos Gripen NG, prevista para ocorrer a partir de 2019.

A FAB esclareceu que o contrato de aquisição do Gripen, assinado em outubro de 2014, foi firmado em coroas suecas, correspondendo a um valor de US$ 5,4 bilhões na época. Hoje, porém, este montante equivale a cerca de US$ 4,6 bilhões, já que houve variação na taxa de câmbio entre o dólar americano e a coroa sueca. A taxa de conversão utilizada, segundo a FAB, foi a do Banco Central do Brasil.

Sobre o contrato de financiamento dos caças, o diretor do DCTA disse que qualquer redução que se consiga nas taxas de juros é um esforço que está sendo feito para melhorar a situação fiscal do país. “Este contrato é tão importante para o Brasil quanto para a Suécia. Acredito que os dois lados estão em sintonia para buscar uma solução. Para quem esperou 18 anos, um ou dois meses a mais não faz diferença”, afirmou.

O brigadeiro admitiu, porém, que se não houver um acordo antes do mês de agosto, será necessário fazer um ajuste no cronograma de envio dos técnicos e engenheiros brasileiros que irão trabalhar no desenvolvimento dos primeiros caças na Suécia.

Pelo acordo acertado entre Saab e a FAB, a empresa sueca vai receber 357 engenheiros de empresas brasileiras e do DCTA. A maior parte, 240 profissionais, será enviada pela Embraer, empresa que também coordenará as atividades de desenvolvimento, produção e montagem do avião no Brasil. Também foram selecionadas para participar do desenvolvimento do Gripen NG as empresas INBRA, AEL Sistemas, AKAER, ATECH e MECTRON.

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