TENTATIVA DE TOMADA DO PODER NO BRASIL.
(TERCEIRO TURNO DAS ELEIÇÕES DE OUTUBRO DE 2018?)
Carlos Alberto Pinto Silva[1]
1. AS CIRCUNSTÂNCIAS.
O Brasil vive, atualmente, uma triste realidade inovadora, com o emprego de atividades de guerra híbrida como nova via para a tomada do poder de forma violenta.
O centro de gravidade da ação está voltado a desestabilizar o governo, desacreditar as autoridades, e em criar o caos na sociedade, sucedendo-se a crise política[2].
A ideia é implodir o Brasil via convulsão social em coordenação com o potencial de protestos da população, principalmente dos descontentes com o governo. As ações podem ser diversas; violentas ou não-violentas.
Os indivíduos estão trocando sua lealdade à nação pela lealdade à causas, uma tendência dramaticamente acelerada graças à conectividade da internet.
Ela retrata a contínua e global transformação das organizações hierárquicas em organizações em rede.
Parcimoniosamente, nós temos presenciado um constante aumento no poder da informação. Grupos políticos, de oposição, de sindicalistas e de insurgentes têm se beneficiado desta matriz informacional aperfeiçoada na execução de campanhas de comunicações estratégicas fundamentais às suas lutas.
Em resumo, as tendências políticas, econômicas e sociais apontam para a emergência, na política e na sociedade, de indivíduos ou pequenos grupos extremamente poderosos unidos pela devoção às suas causas, mais do que ao desenvolvimento econômico e sucesso das políticas públicas, que visam bem atender a população.
É essencial que todos tenham consciência que, mesmo no Brasil, a ampla gama de grupos que compõe uma insurgência moderna possui motivos vastamente diversos. Estudar as motivações de cada grupo nos fornece uma forte indicação de como ele agirá, e quais limites (Se estes existirem) tal grupo irá impor a suas ações e ao uso da violência.
Grupos reativos, conduzem sofisticadas campanhas de comunicação, visando derrotar seus oponentes.
Grupos Oportunistas, florescem beneficiado-se de um vácuo que lhes permite tomar riqueza ou poder. Criminosos e corruptos por natureza, estes grupos têm existido por séculos.
Grupos Ideológicos, representam um perigo maior do que grupos reativos ou oportunistas, devido à sua abordagem, a qual não impõe limites às ações para atingir seus objetivos, o fim justifica os meios.
Grupo híbrido surge instigadopor uma mistura de motivações reativas, ideológicas e oportunistas. Por vezes tais grupos nascem entre os reativos e/ou ideológicos para em seguida se voltarem à ações criminosas em busca de financiamento para suas atividades e lutas políticas para a conquista do Poder.
Outros grupos, tais como redes criminosas e de corruptos, não conseguem tolerar qualquer modo de governo centralizado, a não ser que este seja amplamente desonesto, permitindo assim que eles prossigam com suas atividades criminais.
2. A REALIDADE
– A situação vivida, na atual conjuntura brasileira, indica que estão acontecendo atividades de guerra híbrida no Brasil. Nesse entendimento basta observar as manobras para desestabilizar o governo;
– O que vinha se apresentando em termos políticos no Brasil até as eleições, no período de transição, e agora após a posse, faz parte de uma estratégia para desestabilizar o governo, pensada e planejada pela esquerda derrotada no pleito eleitoral, e seus representantes midiáticos no plano interno e externo, resultado de um projeto de poder, que tem a pretensão de implantar o socialismo marxista no Brasil e em toda América do Sul. A eles se juntaram os grupos políticos e parte da imprensa com o objetivo de desestabilizar o governo e tomar o Poder.
– “A esquerda foi derrotada nas eleições presidenciais de outubro 2018 encontra-se dividida em função das ações políticas radicais do Partido dos Trabalhadores[3]. A “Via Pacífica” para a conquista do poder desmoronou,permanecendo, ainda, a opção de ser usada a aplicação da doutrina do Gene Sharp em uma primeira fase (Preparação) e/ou atividades de guerra híbrida em seu modo soft (forma não violenta: protestos, manifestações sindicais, uso dos movimentos sociais) para a tomada do Poder, ou em seu modo hard (forma violenta para a tomada do Poder com atividades de Guerra Híbrida).
– Tudo indica já ter sido escolhido, no passado, o segundo estilo, devido à violência nas manifestações e protestos de 24 de maio de 2017, as reações da militância à prisão de Lula, adeclaração da deputada Benedita da Silva: …“sem derramamento de sangue não há redenção, com a luta e vamos à luta com qualquer que sejam as armas.”; e agora na violência, no Rio de Janeiro, nos protestos despudoramente titulados de contra o contingenciamento de verbas para a educação.
– A “Identidade do Governo Bolsonaro” é marcada, na visão da esquerda, com intuito de desestabilizar o governo, e difundida no Brasil e no exterior, com as pechas de Presidente fascista; radical de direita; perseguidor de minorias; homofóbico; crítico a política de Direitos Humanos; antiglobalização; contra a política de proteção ao Meio Ambiente; e despreparado para governar.
– Distorção da realidade política do Brasil coloca a responsabilidade em tudo que acontece no atual governo;
– Uma campanha midiática, contrária ao governo, planificada e constante no campo interno e externo;
– Algumas empresas da mídia adotaram explicitamente o papel de antagonistas ao governo, e estão fazendo de tudo para desestabilizá-lo, o que querem é o retorno da posição que ocupavam no passado, o que não vai acontecer se o Presidente Bolsonaro continuar no Poder;
– Disseminação do ódiopara desestabilizar e desacreditar o governo;
– Declarações do Presidente Francês Emmanuel Macron: França promete apoiar Raoni na proteção do Xingu, "Como um país amazônico" por causa da Guiana, "a França está naturalmente comprometida com a luta contra o desmatamento e defende os direitos dos povos indígenas, especialmente como atores-chave na preservação das florestas e da biodiversidade”.
– Utilização violenta de paramilitares,táticas terroristas, conexões com traficantes de drogas e criminosos, insurgência urbana, com a intenção de desestabilizar o governo, de desmoralizar as autoridades constituídas, os órgãos de segurança pública e atemorizar a população[4];
– Possibilidade de ações de agro terrorismo, e;
– Probabilidade de atentado terrorista contra o presidente Bolsonaro.
3. FINALIZANDO
“Não se trata simplesmente de fazer oposição. Trata-se de anunciar ao Brasil que os derrotados não aceitam o resultado estabelecido pelos eleitores”[5].
Assuntos correlatos:
– Gen Ex Pinto Silva – A Luta Surda para a Tomada do Poder no Brasil
– Gen Ex Pinto Silva – POR QUE DESESTABILIZAR O NOVO GOVERNO.
– Gen Pinto Silva – Luta pelo Poder no Brasil
[1]Carlos Alberto Pinto Silva / General de Exército da reserva / Ex-comandante do Comando Militar do Oeste, do Comando Militar do Sul e do Comando de Operações Terrestres; Membro da Academia de Defesa e do CEBRES.
[2] Em sua “teoria do murro no paralítico” Lenine prescreve a desagregação da máquina do Estado, antes do golpe de força. Trata-se de aumentar a indecisão governamental e de “apodrecer” as instituições e os grandes órgãos do Estado.“Todos os meios são bons, se conduzem ao fim”
[3] No Brasil a existência de um partido de massas facilitaria a aplicação da doutrina de Gene Sharp, na primeira fase (Preparação) das atividades de Guerra Híbrida para a tomada do Poder.
[4] Ação violenta do crime organizado no Ceará com objetivos político.
[5] Segundo j R Guizo no artigo “Resistentes”.