A LUTA SURDA PARA A TOMADA DO PODER NO BRASIL
Carlos Alberto Pinto Silva
General de Exército da reserva / Ex-comandante do Comando Militar do Oeste, do Comando Militar do Sul, do Comando de Operações Terrestres, Membro da Academia de Defesa e do CEBRES.
São imprescindíveis a atenção e a participação da sociedade no momento político e social que o Brasil está vivendo, para que as ações contra o novo governo não possam passar despercebidas na busca de seus objetivos.
O teórico militar americano contemporâneo Robert Leonhard sugere que a guerra híbrida e suas operações de apoio são impulsionadas pela noção de obter vantagens assimétricas para permitir a consecução de objetivos políticos.
Uma ameaça híbrida é aquela representada por uma ampla gama de ações hostis ou qualquer ato hostil contra, opositor, adversário atual ou potencial, executado por um estado, grupos não-estatais, crime organizado, e terroristas, com a capacidade, real ou provável, para empregar simultaneamente meios convencionais e não convencionais de forma adaptativa, em busca de seus objetivos políticos, usados como método para a tomada do Poder de forma violenta quando falha a via pacífica (Eleições).
Tudo é feito para hostilizar, desacreditar, minar a autoridade e desestabilizar o governo, até sua desmoralização e queda. Em um ambiente de conflitos híbridos, existem ameaças em todos os campos do Poder Nacional.
Um ponto que não é considerado em cada definição de guerra híbrida ou de uma ameaça híbrida é a ligação da ideia com sua fonte de poder, autoridade ou grupo não estado. A abordagem da nação ou da política para a guerra ou a ameaça híbrida está profundamente relacionada à instituição política (Estado ou grupo não estado) da qual deriva seu poder.
O emprego de forças não militares e de alto grau de violência são apenas uma pequena parte, que invariavelmente são postas em prática em conjunto como componente de uma estratégia flexível, mantida sigilosa em relação aos objetivos a longo prazo. O modelo de guerra ou ameaça híbrida procura operar ao longo de um espectro de conflitos com ações secretas no maior período de tempo possível, e a luta aberta como suas reservas, e, ainda, a guerra partidária como a cola que une às duas extremidades do espectro.
O que vinha se apresentando em termos políticos no Brasil até as eleições, no período de transição, e agora após a posse, faz parte de uma estratégia para desestabilizar o governo, pensada e planejada pela esquerda derrotada no pleito eleitoral, e seus representantes midiáticos no plano interno e externo do país, resultado de um projeto de tomada do Poder, tentado pela via pacífica em 28 de outubro, cujo roteiro completo foi estabelecido nas reuniões do Foro de São Paulo, por pessoas que tem a pretensão de implantar o socialismo marxista no Brasil e em toda América do Sul.
REALIDADE – A situação vivida, na atual conjuntura brasileira, indica que estão acontecendo atividades de guerra híbrida no Brasil. Nesse entendimento basta observar:
– Uma campanha midiática, planificada e constante no campo externo e interno visando desacreditar, desmoralizar, as autoridades, os políticos ligados da situação e ao próprio Presidente da República, com a intenção de desestabilizar o governo e facilitar a tomada do Poder.
– Os constantes ataques de autoridades da Venezuela e de Cuba a política de governo brasileira.
– Manifestações do Presidente da França e da Chefe de Governo da Alemanha com relação a decisões políticas internas do governo Bolsonaro, usando como justificativa para ações em defesa de interesses políticos de seus Estados, lembrando que França e Alemanha são contra um acordo da União Europeia com o Mercosul.
– Invasão por manifestantes da embaixada brasileira em Berlim e vandalismo em suas instalações.
– Uso das redes sociais para denegrir o país na área internamente e no exterior.
– Ação do crime organizado no Ceará com objetivo político.
– Possibilidade de ações de agroterrorismo, e
– Probabilidade de atentado contra o presidente em exercício.
Concluo, repetindo, que é real a possibilidade das forças do socialismo marxista escalarem o modelo de guerra híbrida, usando, primordialmente, a nova forma violenta para tomada do poder, tentando manter um rumo de luta para o futuro, complementada com a guerra híbrida em seu modo soft (forma não violenta: protestos, manifestações sindicais, uso dos movimentos sociais etc) para a tomada do Poder, ou em seu modo hard (forma violenta para a tomada do Poder).
É incabível nos conflitos modernos e, também, nas lutas políticas pelo Poder, uma postura menosprezadora em relação à novas ideias, às ênfases diferentes do padrão, para outras abordagens ou pontos de vista.
É, ainda, mais inaceitável aos líderes ter atitude de descrédito com as novas formas de guerra, e com a nova via violenta para a tomada do Poder.
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Em inglês
Army General Pinto Silva – Methods for destabilizing the new Brazilian government