Gen Etchegoyen – Os Desafios na Segurança Institucional

 

Redação DefesaNet

e ACPA

Para o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general-de-Exército, Sérgio Westphalen Etchegoyen, o Brasil precisa enfrentar as organizações criminosas nas áreas de contrabando, lavagem de dinheiro, tráfico de pessoas, armas, recursos naturais e mineração ilegal, que é fonte de recursos para o crime transnacional. “A maior organização criminosa é o PCC, seguido do Comando Vermelho, o resto orbita em torno delas.”

 

Segundo ele, o problema não é o custo de combater da criminalidade, mas a falta de gestão. “No Brasil se gasta mais em segurança privada do que em segurança pública.” Os desafios na área da segurança institucional foi o tema da palestra do general Etchegoyen, gaúcho de Cruz Alta, que aconteceu na terça-feira (12JUNHO2018),  na Associação Comercial de Porto Alegre.

Eleições – Fake News

Em relação as regras eleitorais e a influência da Internet nas eleições, em especial o risco das fake news e o uso de robôs na disseminação de informações, o General Etchegoyen desmentiu que a notícia de que a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) iria monitorar as ações dos usuários brasileiros na Internet sem prévia autorização da Justiça, sob o argumento de combater a disseminação de notícias falsas. “Monitorar os usuários é um despropósito”, afirmou. (Ver matéria Fake News – ABIN propôs monitorar usuários na rede Link).

 

Política Cibernética

O Gen Etchegoyen informou que será assinado mos próximos dias pelo Presdente Michel Temer, a Politica Brasileira de Segurança Cibernética.

Os pontos fundamentais:

1 – Liberdade de acesso;

2 – Garantir a liberdade de escolha, e,

3 – Garantir que seja seguro.

Ele acrescentou que o mundo cibernético é fascinante e, ao mesmo tempo, tem sido aproveitado por criminosos. “Nossa política cibernética é garantir o espaço democrático, garantir o direito de escolha dos ambientes e segurança nos espaços de exercício de cidadania.”

Paralisação dos Caminhoneiros

Quanto a atuação da GSI na paralisação dos caminhoneiros, disse que havia a percepção da forte contrariedade no setor sobre o aumento do diesel. “A partir daí, aconteceu um movimento horizontal, um sindicalismo em rede com concentrações no País inteiro, onde em cada uma tinha um líder. Não era possível antever o volume do movimento.”

O general acrescentou que o governo sempre buscou o diálogo com os caminhoneiros para evitar o desabastecimento generalizado. “Nossa preocupação foi destrancar o País e evitar mais prejuízos com o desabastecimento. Num primeiro momento selecionamos as prioridades, como liberar as distribuidoras de combustíveis e garantir nos aeroportos os suprimentos fundamentais. Além disso, liberar os eixos rodoviários para permitir o abastecimento, primeiro com escoltas e depois com corredores abertos para a circulação.”

Para ele, o mais importante foi uma solução pacífica, que refletiu em toda a negociação.” E complementou: Um dos grandes legados do episódio é o nível de integração dos órgãos de segurança pública e defesa. Essa integração é um processo que já vinha acontecendo com a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. Foi criada uma cultura com Centros Integrados.”

 

Detalhou também pela primeira vez a formação da Estrutura do Gabinete de Crise formado e seus três níveis de atuação:

 

1 – Gabinete de Crise – Nível Estratégico:

– Planalto;

– Gerente / GSI;

– Ministérios, AGU, agências, comunicação, …;

– Definição das prioridades.

2. Gabinete de Crise Operacional:

– Min Defesa;

– Gerente / EMCFA;

– Operação Interagências;

– EMCj Interagências para decisão de como solucionar as prioridades definidas pelo Gabinete de Crise Estratégico;

– Planejamento e coordenação.

3. Comandos Conjuntos Regionais Interagências

– Todos os Comandos Militares de Área (Manaus; Recife; Rio; São Paulo; Porto Alegre; Campo Grande; Brasília);

– Planejamento e execução;

– Coordenação com os governos estaduais.

Criminalidade

O Gen Etchegoyen mostrou dados do recém publicado estudo da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República: SAE – Custos Econômicos da Criminalidade no Brasil (Ver a íntegra do documento Link)

 

Gen S W Etchegoyen, GSI, ao ser perguntado se o Governo Federal não estava empregado em demasia as FA em ações Seguranca. "O que os estados não fizeram com suas Polícias que obriga o Governo a acionar as Forças Armadas".

Fronteiras

A situação das fronteiras com inúmeros tipos de crimes transnacionais é um dos focos do GSI.

 

 

O general Etchegoyen definiu a situação na Venezuela como uma implosão política inédita nas nossas fronteiras. “São mais de quatro milhões de emigrantes em busca de comida. Uma multidão que invadiu Roraima e o Brasil está cumprindo seu papel de líder da região, criando acomodações e servindo seis mil refeições por dia.”

O Brasil chega nas eleições em outubro próximo, conforme ele, com condições de escolher seus representantes democraticamente, mas será necessário reduzir o grau de intolerância e conflitos. “O Brasil é muito maior do que isso e não tem reforma que resolva sem o fortalecimento das instituições.”

 

Matérias Relacionadas

GSI – Reportagem de O Globo é Covarde e Inverídica

ABIN – Deixa Planalto 'vendido' na crise dos caminhoneiros?

"Não vejo nenhum militar pensando em intervenção"

Gen Ex Etchegoyen – Tentativa de Desestabilização

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter