Operação São Cristovão: logística emergencial aponta a volta à normalidade no País

Durante o dia de ontem (31.05.2018), em reuniões no Palácio do Planalto e no Ministério da Defesa, em Brasília (DF), foi anunciado o fim dos pontos de concentrações (aglomerações) nos estados, após as medidas e ações emergenciais adotadas pelo Governo Federal. O principal porto do País, Santos, no estado de São Paulo, reiniciou suas operações; aeroportos voltaram a ter voos regularizados; e o abastecimento de combustível, insumos de saúde e gêneros alimentícios são restabelecidos de acordo com tempo para transporte de cada um.

No Palácio do Planalto, o presidente Michel Temer esteve com ministros e representantes das agências envolvidas na reunião de atualização de dados do esforço emergencial para manter serviços essenciais à população.

O ministro da Defesa, interino, Joaquim Silva e Luna, destacou a integração entre os órgãos. “As Forças Armadas foram empregadas de forma coordenada e integrada para resolver os problemas, entregar resultados, pacificando os ânimos e reduzindo os danos à população, de modo que não houvesse um maior desabastecimento”, afirmou.

O emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na desobstrução de vias públicas teve início em 25 de maio, com o Decreto presidencial, e a partir de então, instalou-se na sede do Ministério da Defesa um Centro de Operações Conjuntas Interagências, onde militares das três Forças, representantes de outros ministérios, de órgãos federais, totalizando 23 agências, continuam trabalhando na Operação São Cristóvão.

Segundo o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante Ademir Sobrinho, a ação pode ser considerada como “uma gigantesca operação logística de emergência não realizada em outro país”, que permitiu a volta à normalidade de estruturas críticas.

“Nós evitamos ao máximo o confronto”, destacou ainda, para explicar que, apesar do uso da força para liberação de entradas de bases de abastecimento de combustível, desobstrução de estradas e de portos, principalmente nos casos onde as negociações não surtiram efeito, não houve violência nas ações.

Para Operação São Cristóvão, foram estabelecidas prioridades, como o abastecimento de querosene e diesel para aeroportos, o transporte de insumos hospitalares e de gêneros alimentícios, a liberação de estradas e portos. Todas coordenadas em conjunto com os comandos operacionais da Marinha, do Exército e da Aeronáutica em todos os estados.

Atuação conjunta interagências e vidas poupadas

À exemplo do que já tinha sido observado no País em ocasiões de grandes eventos, como a Copa de 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016, só que, agora, numa situação extrema nunca antes registrada em território nacional, a atuação conjunta integrada dos órgãos das áreas de Defesa, Segurança e Inteligência, somada a outras agências, especialmente das áreas de transporte, saúde e energia, se deu de forma extremamente bem sucedida, evitando desabastecimentos de itens que poderiam até levar pessoas à morte.

Foram mais de 260 pedidos de apoio para transporte enviados pelas secretarias estaduais de saúde solicitando material hospitalar para hemodiálise e gases hospitalares, entre outros.

Para Júlia Pacheco, representante do Ministério da Saúde no Centro de Operações Conjuntas Interagências, os comboios, que possibilitaram que os medicamentos essencias não ficassem parados nas estradas, e os transportes feitos por aeronaves da Força Aérea, foram fundamentais para salvar vidas.

“É difícil dimensionar o quanto essa ajuda foi importante, mas, é possível afirmar que conseguimos evitar óbitos que poderiam ter ocorrido no sistema médico de saúde em decorrência de desabastecimento de insumos e materiais hospitalares estratégicos”, afirmou.

A parceria com outros setores, como o Ministério de Minas e Energia também foi fundamental, e evitou que os efeitos do desabastecimento atingissem níveis críticos.

O diretor de Combustíveis e Derivados de Petróleo da pasta, Cláudio Ishihara, explica que todas as informações sobre as regiões onde havia registros de falta de combustíveis (diesel, querosene de aviação, etanol e GLP) eram repassadas às forças de segurança e logística, para que as medidas necessárias – criação de corredores, escoltas a comboios ou transportes aéreos – fossem viabilizadas.

“Essa troca de informações em tempo real e esse apoio das Forças Armadas e da PRF foram fundamentais para assegurar o abastecimento adequado de todos os postos”, afirmou.

Números da Operação São Cristóvão

– Escoltas realizadas pela PRF e pelas Forças Armadas: 2.971;
– Mais de 86 milhões litros de querosene para aviação transportados;
– Mais de cinquenta milhões de litros de óleo diesel, gasolina e álcool transportados em 10.435 caminhões;
– 16 mil toneladas de insumos hospitalares transportadas em 409 caminhões;
– Foram utilizadas 30 aeronaves (Forças Armadas, PRF e Ministério da Saúde), que cumpriram 110 missões de apoio, com destaque para o transporte de 61 toneladas de medicamentos e insumos em caráter de emergência;
– Foram estabelecidos 17 corredores livres e 70 em condições de serem acionados pelos comandos de área;
– Em torno de 16.000 homens e 1.440 viaturas empregados na operação.

 

 

 

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