Intervenção RIO – Inteligência das Forças Armadas pode ajudar no combate às milícias

Maurício Ferro

O porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), coronel Carlos Cinelli, afirmou na tarde deste domingo que o setor de inteligência das Forças Armadas pode servir de instrumento para combater as milícias do Rio. De acordo com ele, há uma "perfeita sintonia" com as áreas de inteligência da Secretaria de Segurança e do Gabinete de Intervenção Federal (GIF).

— (A inteligência do Exército) pode ser uma opção (no combate às milícias). Alías, a área de inteligência não só do Exército, mas da Marinha e Aeronáutica também, já está trabalhando em perfeita sintonia com as inteligências da Secretaria de Segurança e do Gabinete de Intervenção Federal — disse ele.

Cinelli explicou que até a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) fornece dados para os órgãos responsáveis pela segurança no Rio. E garantiu que o trabalho conjunto permitirá a realização de operações de "grande envergadura".

— Existe um núcleo, uma célula, que trabalha com esses três pés. Não só no nível estadual: a Agência Brasileira de Inteligência também está nos alimentando. O masaico é com todos os órgãos de inteligência disponíveis. Certamente isso vai trazer possibilidade de planejamento de futuras operações de grande envergadura.

Segundo Cinelli, as Forças Armadas também podem contribuir no desmantelamento das milícias em operações. Ele disse que isso ocorre em apoio à Secretaria de Segurança, caso haja demanda dela.

— Em operações que fazemos de apoio à Secretaria de Segurança, se ocorrerem em áreas controladas por milícias, indiretamente estamos colaborando (para combatê-las). Agora, quando vai acontecer e em que áreas, não podemos precisar — afirmou o coronel.

Vila Kennedy: Exército fica até, pelo menos, fim de abril

O coronel Carlos Cinelli também informou que o Exército vai continuar na Vila Kennedy até, pelo menos, o fim deste mês. Existe a possibilidade de a presença ser estendida. O objetivo é liberar policiais militares para um processo de reciclagem.

— (O Exército na) Vila Kennedy vai continuar até o final do mês, justamente para permitir que a PM continue na reciclagem. (Vai ficar) pelo menos até o fim do mês, que é o tempo aproximado que estimamos para a reciclagem dos policiais do 14º BPM — afirmou ele.

No processo de reciclagem, policiais militares fazem disciplinas de tiro de precisão, reveem fundamentos teóricos de abordagem policial, patrulhamento, direitos humanos e trato com a população. É também por isso que houve um reforço do patrulhamento do Exército em alguns pontos da cidade.

Antes, a área de atuação dos militares era restrita à orla e a bairros como Tijuca e Méier, na Zona Norte do Rio. Mas, desde a segunda-feira anterior ao feriado da Semana Santa, foi expandida para vias expressas. Há presença militar na Avenida Brasil, BR-101, RJ-124, Transolímpica, Linha Amarela e Linha Vermelha. Também há patrulhamento noturno.

— Está tendo patrulhamento à noite e vai continuar. Não tem previsão de até quando. Varia em função da demanda da Secretaria de Segurança, explicou ele, que acrescentou:

— Por ora o delineamento do patrulhamento é esse. O que fizemos foi expandir de orla e bairros mais de interior, como Tijuca e Méier, para vias expressas. Vamos manter o que está em andamento e possivelmente expandir, caso necessário — disse Cinelli.

Reciclagem e Operações

Além de permitir a reciclagem policial, a presença dos militares nas ruas, de acordo com Cinelli, também possibilita que aconteçam operações isoladas da PM. O tamanho do efetivo militar empregado não foi divulgado.

— O intuito é apoiar a (Secretaria de) Segurança, permitindo que a PM possa deslocar policiais para outras áreas onde haja necessidade, permitindo desencadear operações isoladamente por parte da Polícia Militar, e fazer com que eles possam também frequentar a reciclagem de treinamento que já se iniciou, conduzido pelo gabinete de intervenção federal — disse ele.

De acordo com Cinelli, os efetivos empregados em cada área podem ser modificados a qualquer momento, bem como horários e dias de atuação. O objetivo é manter o "fator surpresa", para que criminosos não saibam nunca onde os agentes estão.

— Percentual (de efetivo), local definido (de atuação), não posso passar, porque faz parte da nossa rotina de planejamento a questão da surpresa, para dificultar ações criminosas. Quando você tem uma rotina estabelecida, o indivíduo começa a se comportar de acordo com aquilo. Não desejamos isso. Queremos sempre que a surpresa prevaleça — afirmou Cinelli.

Forças Armadas fazem patrulhamento à noite

O Gabinete de Intervenção Federal anunciou ontem que as Forças Armadas também estão patrulhando as ruas à noite. Segundo o porta-voz do Comando Militar do Leste (CML), coronel Carlos Cinelli, a atuação dos militares, que antes estava restrita à orla e a bairros como Tijuca e Méier, foi ampliada ainda para as vias expressas. Ele disse que tropas já estiveram na Avenida Brasil, na BR-101, na RJ-124 (Via Lagos), na Transolímpica e nas linhas Amarela e Vermelha.

— Está tendo patrulhamento à noite e vai continuar. Não tem previsão de até quando. Varia em função da demanda da Secretaria de Segurança — disse o oficial. — Por enquanto, o delineamento do patrulhamento é esse. O que fizemos foi expandir da orla e de bairros mais de interior, como Tijuca e Méier, para as vias expressas. Vamos manter o que está em andamento e, possivelmente, expandir, caso seja necessário.

“Planejamento Dinâmico”

Cinelli explicou que o patrulhamento está sendo ampliado para permitir a reciclagem de policiais militares. A presença das Forças Armadas nas ruas, de acordo com o coronel, também libera as equipes da PM para que elas façam operações planejadas. O efetivo de militares empregado nas ruas não foi divulgado.

— O intuito é apoiar a Secretaria de Segurança, permitindo que a PM possa deslocar policiais para outras áreas, onde haja necessidade, e fazer com que eles possam também frequentar a reciclagem de treinamento que já teve início, conduzida pelo Gabinete de Intervenção Federal — disse Cinelli.

As Forças Armadas estão na orla da Zona Sul, desde o Distrito Naval até o Leblon. Em determinados horários, também circulam pela orla da Barra e do Recreio, na Zona Oeste. Segundo Cinelli, as tropas podem ser empregadas em outros pontos e em qualquer horário. O objetivo é manter o “fator surpresa”.

— Não posso passar o total do efetivo e os locais, porque faz parte da nossa rotina de planejamento a questão da surpresa, para dificultar as ações criminosas. Quando você tem uma rotina estabelecida, o indivíduo começa a se comportar de acordo com aquilo. O planejamento é sempre muito dinâmico. Os dados de inteligência vão chegando, e vamos ajustando de acordo com as demandas da Secretaria de Segurança. Cada via expressa tem sua natureza de ocorrência. Não há uma rigidez de planejamento — explicou.

Inforações da ABIN

A segurança pública do Rio está sob intervenção federal desde o dia 16 de fevereiro. As Forças Armadas anunciaram que o reforço de patrulhamento já teve resultados positivos na Semana Santa, quando os números da violência caíram em relação ao mesmo período do ano passado.

Cinelli também comentou a operação da Polícia Civil, que prendeu na madrugada de sábado mais de 150 suspeitos de integrarem uma milícia. Ele disse que os setores de inteligência das Forças Armadas podem ajudar na investigação dos grupos paramilitares.

As áreas de inteligência do Exército, da Marinha e da Aeronáutica estão em perfeita sintonia com as da Secretaria de Segurança e do Gabinete de Intervenção Federal — disse ele. — Existe um núcleo que trabalha com esses três pés. E a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também está nos alimentando. O mosaico é com todos os órgãos de inteligência disponíveis. Certamente, isso vai trazer a possibilidade de planejamento de futuras operações de grande envergadura.

O coronel também informou que o Exército vai continuar na Vila Kennedy, na Zona Oeste, até pelo menos o fim deste mês. Existe a possibilidade de a presença ser estendida. O objetivo também é liberar PMs para um processo de reciclagem. Os militares estão na favela desde o início de março, onde montaram uma espécie de laboratório da intervenção. As primeiras operações tiveram como objetivo retirar barreiras instaladas pelo tráfico nos acessos à comunidade.

— O Exército vai ficar na Vila Kennedy até o fim do mês para permitir que a PM continue na reciclagem. É o tempo que estimamos para esse treinamento dos policiais do 14º BPM — afirmou Cinelli.

No processo de reciclagem, policiais militares fazem aulas de tiro de precisão e reveem fundamentos teóricos de abordagem policial, patrulhamento, direitos humanos e trato com a população.

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