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Gen Pinto Silva – Luta pelo Poder no Brasil

LUTA PELO PODER NO BRASIL

Nova via para a tomada do Poder de forma violenta

 

Gen Ex Carlos Alberto Pinto Silva [1]

O Brasil vive, atualmente, uma triste realidade inovadora, com o emprego de atividades de Guerra Híbrida como nova via para a tomada do Poder de forma violenta.

Como escreveu Engels, citando Marx: “Que a violência, porém, ainda desempenha outro papel na história” (além de ser agente do mal),“um papel revolucionário, que ela, nas palavras de Marx, é a parteira de toda a velha sociedade que anda grávida de uma nova”. (Anti-Dühring)[2]

Violência preparada para exercer um fim fundamentalmente político, ou qualquer tipo de agressão organizada que procura causar dano, visando interesse político, leva a atividades de Guerra Híbrida, nova via violenta para a tomada do poder, cuja campanha de preparação [3] articula-se em um processo que abrange da busca do apoio externo, “apoio à insurgência”, a “aumento da insatisfação por meio de propaganda e esforços políticos e psicológicos para desabonar o governo”, destacando-se também o papel central de mobilização desempenhado por algumas ONGs, sindicatos, movimentos sociais, organizações estudantis e pela mídia. E conforme cresce a insurreição, cresce também a “intensificação da propaganda; e a preparação psicológica da população para a luta armada”.[4]

Nota-se, em conexão, que pesquisa recente divulgada pelo jornal Valor Econômico, aliada a vários outros dados, mostra que é enorme a chance de a esquerda voltar ao poder em 2018 [5], pela via pacífica [6].

O passo seguinte é o desenvolvimento da fase violenta, onde se procura continuar a busca do apoio externo e inicia a Guerra em Rede, que pode ser composta por conflito travado contra um estado por terroristas, criminosos, ou por grupos militantes da sociedade civil – Guerra em Rede Social (GERS).

Um dos fatores mais relevantes que contribui para incentivar, atrair e agregar a população aos atos preparatórios e de violência de atividades de Guerra Híbrida é o uso das mídias sociais como meio de comunicação e propagação de informações. A definição de guerra híbrida de Frank Hoffman inclui exatamente “Operações psicológicas que utilizam as mídias sociais para influenciar a percepção popular e a opinião internacional”.[7] 

A Guerra Psicológica Midiática é realizada por especialistas em guerra psicológica infiltrados na sociedade civil. Esses experts se aproveitam do fato midiático, obtido por intermédio do emprego planejado da propaganda e da ação psicológica, para direcionar a conduta das pessoas.

Na Guerra Psicológica o alvo prioritário passa a não ser mais o terreno físico, mas o cérebro dos indivíduos, e o objetivo final, a sua mente, mediante a manipulação informativa e a ação psicológica orientada para direcionar a conduta social em massa.[8]

Nesse contexto surge o letal terrorismo urbano para coerção e/ou intimidação do governo, autoridades e da sociedade.

“Especialistas ligados às ciências humanas, identificam o dedo do caosem revoluções políticas, em transformações econômicas e na modificação de costumes e regras morais.”[9] 

As atividades de Guerra Híbrida, para a desestabilização de um governo, podem ser interpretadas com a utilização da teoria do caos, visando a tomada violenta do poder.

Realidade vivida na atual conjuntura brasileira indica que:

estão acontecendo atividades de guerra híbrida no Brasil, visando a conquista do Poder, portanto, já nao se trata de uma teoria, mas, sim de uma afirmacão;

os protestos vividos em Brasília em 24 de maio de 2017, sinalizam que passamos às atividades de Guerra Híbrida:início da fase violenta para a conquista do Poder;

continua a busca do apoio externo através ação de partidos políticos, políticos[10] e ONGS no exterior;

tenta-se o controle das Forças Armadas via orçamento baixo e aperto salarial;

aumentam as investidas para dificultar o trabalho do Judicíario no combate à corrupção no chamado crime organizado do colarinho branco [11];

existe uma violenta campanha midiática, realizada pela imprensa televisada e escrita, visando desestabilizar o atual governo federal e influenciar na volta da esquerda ao Poder em 2018.

perdura a violência no campo desencadeada pelo MST [12];

ocorrem greves políticas, com a finalidade de paralizar os transportes de passageiros [13] no país;

resurge a união da esquerda visando o retorno ao Poder em 2018 [14], enquanto a deputada Benedita da Silva declara: …“sem derramamento de sangue não há redenção, com a luta e vamos à luta com qualquer que sejam as armas.”;

manifesta-se a atuação do PCC e CV com objetivo político [15];

verifica-se a falência da política de segurança pública dos estados, causando grande inquetação na população e descredito das autoridades, e,

o crime organizado do colarinho branco plantado em todos os níveis do Poder (Federal, estadual e municipal).

 

Para fazer frente a esse cenário é essencial que sejam evocados alguns cuidados que a sociedade deve ter:

a natureza doemprego de atividades de Guerra Híbrida para a tomada do Poder de forma violenta,cria condições para que as ações possam  passar despercebidas na busca de seus objetivos, e provavelmente adquirir uma posição política vantajosa antes que o governo e a sociedade possam perceber a situação e reagir para  se contrapor a essa atividade; por esta razão os planejadores do movimento violento o mantem sigiloso o máximo de tempo possível e procuram apresentar suas ações como uma forma não violenta e legal para a disputa pelo Poder,aproveitando toda a proteção das leis que a democracia lhe oferece;

atenção  e participação do momento político e social que o Brasil esta vivendo.

voto consciente visando o combate à corrupção e a eliminação da política de pessoas que participaram ou foram responsáveis pelos desmandos vividos no Brasil, nas últimas duas decadas, e,

criar novas estratégias de Defesa do Estado Democrático de Direito, justamente porque a nova realidade para a tomada do Poder de forma violenta não se alinha com as antigas fronteiras de relacionamento de poder existente, alterada com a mudança de foco dos conflitos com o surgimento da Guerra Híbrida.

 

 


[1] General-de-exército da reserva, ex-comandante de Operações Terrestres (COTer), do Comando Militar do Sul (CMS) e do Comando Militar do Oeste (CMO), e Membro da Academia Brasileira de Defesa e do CEBRES.

 

[2] Entre os livros canônicos da tradição marxista, A revolução da ciência segundo o senhor Eugen Dühring (Anti-Dühring), de Friedrich Engels, foi para muitas gerações, ao lado do Manifesto Comunista, a principal via de acesso ao pensamento de Karl Marx.

 

[3] Resistência não violenta de acordo com os seus adeptos.

 

[4] http://outraspalavras.net/brasil/o-brasil-no-epicentro-da-guerra-hibrida/  –  O Brasil no epicentro da Guerra Híbrida – Por Pepe Escobar

 

[6] Eleições Presidenciais em Outubro de 2018.

 

[7] HUNTER, E., PERNIK, P: The Challenges of Hybrid Warfare. ICDS Analysis. 2014.

 

[9] Fonte: http://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/a-teoria-do-caos.html

 

[10] Palestras da Ex Presidente Dilma no exterior com a intenção de desestabilizar o governo.

 

[11] Combate a corrupção no meio político e nos governos.

 

[15] Nas cidades e nos presídios com a finalidade de eleger candidatos comprometidos com as facções do crime organizado, em todos os níveis do Estado Brasileiro.

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