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Argentina quer as Malvinas, mas não reconhece os soldados que lutaram por ela

Ex-soldados argentinos que pedem para ser reconhecidos como veteranos da Guerra das Malvinas protagonizaram nesta terça-feira violentos incidentes com membros das forças de segurança durante um protesto na principal avenida de Buenos Aires. Pelo menos 24 manifestantes foram detidos como resultado dos incidentes registrados na avenida Nove de Julho, quando os ex-soldados entraram em conflito com os policiais, com pedras e gás lacrimogêneo, disseram os ativistas.

Além disso, três policiais ficaram feridos como consequência dos enfrentamentos, afirmou a televisão local. Os manifestantes pedem para ser reconhecidos como veteranos de guerra porque cumpriam o serviço militar obrigatório quando começou a disputa pelas Malvinas, em 1982, e foram mobilizados ao sul argentino, embora não tenham chegado a combater e não sejam considerados veteranos de guerra.

"Nós há anos estamos reivindicando de forma pacífica em legislações, trabalhamos, nos reunimos, e esclarecemos permanentemente nosso projeto. As Malvinas são uma causa aberta", disse à agência EFE Jorge Cañete, um dos manifestantes. "Não podemos fazer projetos internacionais quando há projetos internos que ainda não foram resolvidos. Nós não somos ex-combatentes, mas somos partícipes. Somos parte da História", disse.

Os manifestantes, vários deles vestidos com os tradicionais uniformes do Exército, tinham se prostrado na noite de segunda-feira na avenida Nove de Julho e nesta manhã interromperam o bloqueio, mas duas horas depois retomaram o protesto. Os incidentes começaram depois que os policiais tentaram expulsar os manifestantes com um caminhão-pipa, a cerca de 400 metros do Obelisco. Cañete considerou "exagerada" a reação policial e afirmou que "é a primeira vez que é realizada uma medida e reprimida brutalmente".

O protesto coincide com a renovada tensão entre a Argentina e o Reino Unido pela soberania das ilhas, quando se aproxima o 30º aniversário do início da guerra na qual morreram quase 900 pessoas. A disputa, que terminou com a derrota da Argentina, se desenvolveu entre abril e junho de 1982.

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