Ameaça Nuclear – Operadora diz que conteve vazamento radioativo em Fukushima

A Tepco, empresa operadora da central nuclear de Fukushima, no Japão, divulgou que conseguiu conter na madrugada desta quarta-feira (06/04) o vazamento de água radioativa oriunda do reator 2 e que desaguava no mar por uma rachadura de cerca de 20 centímetros. 

A fissura no muro de uma vala, situada perto da orla e ligada ao reator 2, foi detectada na semana passada. Por ela, grandes quantidades de água contaminada jorravam dia e noite para o mar. Depois de muitas tentativas para frear o vazamento, os funcionários estancaram a fuga com vidro líquido (silicato de sódio).

Especialistas nucleares afirmam porém, que o reator danificado ainda não está sob controle. Além disso, foi necessário despejar no Oceano Pacífico mais de 11 toneladas de água contaminada, por causa da falta de espaço de armazenamento da água usada para resfriar barras de combustível superaquecidas.

Pescadores revoltados

A mídia local menciona a preocupação dos países vizinhos, como a Coreia do Sul e a China, quanto ao despejo de água radioativa para o mar. Segundo a agência de notícias Reuters, a água contaminada despejada no mar equivale a cinco piscinas olímpicas.

Os pescadores japoneses estão revoltados com a situação. O jornal japonês Yomiuri Shimbun descreveu a frustração de um homem de 64 anos. Ele afirmou que gostaria de jogar água no rosto dos responsáveis da Tepco. "A Tepco deveria comprar todos os peixes que nós, pescadores, não podemos mais vender", desabafou.

Nesta quarta-feira, funcionários da Tepco alertaram para uma possível explosão no reator 1 da central nuclear. Eles disseram que o oxigênio pode reagir com o possível hidrogênio acumulado no reator. A Tepco pretende impedir a explosão injetando nitrogênio no reservatório do reator.

A central nuclear de Fukushima registrou explosões depois do terremoto seguido de tsunami que devastou a costa nordeste japonesa em 11 de março. O Japão enfrenta a sua pior crise desde a Segunda Guerra Mundial. Mais de 25 mil pessoas morreram ou estão desaparecidas.

BR/dpa/afp/rtr/lusa
Revisão: Alexandre Schossler

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