O governo da China acusou nesta quinta-feira o relatório anual do Departamento de Defesa dos Estados Unidos (Pentágono) de exagerar e "inventar contos" sobre a emergência militar do país asiático e a ameaça que representa para a estabilidade na Ásia Pacífico.
"É desconcertante que (o relatório) diga que as Forças Armadas chinesas representam uma crescente ameaça para a estabilidade regional", assinalou nesta quinta-feira um artigo de opinião publicado pela agência de notícias estatal Xinhua, uma das porta-vozes do regime.
Embora o documento do Pentágono, apresentado nesta quarta-feira pelo subsecretário adjunto de Defesa para a Ásia Oriental, Michael Schiffer, reconheça aspectos positivos, como "um modesto mas crescente avanço na transparência dos assuntos militares (da China)", a agência Xinhua considera que as acusações de Washington "ridículas".
"Um militar de alta patente dos EUA afirmou na quarta-feira, de forma prematura e talvez ridícula, que a crescente presença naval chinesa terá 'implicações para as rivalidades regionais e as dinâmicas de poder (em 2020)'", prossegue a resposta chinesa.
Esta alegação é "totalmente um conto sobre as Forças Armadas chinesas, baseado em adivinhações selvagens e em arrazoados ilógicos", critica a agência estatal, que alega que os gastos militares de Pequim são destinados à defesa, "e nem um soldado sequer foi enviado para combater no exterior durante duas décadas".
A China lembra que os EUA gastam quase US$ 700 bilhões em despesas de Defesa, o que representa 40% do total mundial em 2010, enquanto Pequim "só gasta uma pequena fração do que o Pentágono consome cada ano".
O país asiático aumentou seu orçamento de defesa para este ano em 12,7%, o que atinge os US$ 91,5 bilhões destinados a modernizar as maiores Forças Armadas do mundo em número de soldados, com mais de 2 milhões.