Ministro israelense diz que próxima guerra de Gaza será a última para o Hamas

O ministro ultranacionalista israelense da Defesa, Avigdor Lieberman, advertiu nesta segunda-feira ao Hamas que qualquer guerra na Faixa de Gaza será "a última" porque Israel acabará com o movimento islamita.

"Não temos nenhuma intenção de começar um novo confronto, mas se eles impuserem uma nova guerra em Israel, esta será a última", disse Lieberman ao jornal palestino Al Quds.

"Será o último confronto porque os destruiremos totalmente", insistiu.

Avigdor Lieberman deu uma entrevista ao jornal com sede em Jerusalém, algo pouco comum, para se dirigir diretamente aos palestinos, disse.

Lieberman convocou os cidadãos de Gaza, "reféns" do Hamas, a pressionar o movimento para que mude suas prioridades.

Israel travou entre 2008 e 2014 três guerras contra o Hamas, que governa sozinho na Faixa de Gaza desde 2007, e contra outros grupos de combatentes presentes neste território. Desde 2014, ambos mantêm uma tensa trégua.

Costumam ser registrados disparos de foguetes de Gaza a Israel, seguidos da resposta do Estado hebreu.

Nesta segunda-feira, a força aérea israelense bombardeou uma posição do Hamas após o disparo de um foguete diante do enclave. O incidente não deixou nenhum ferido.

Lieberman, um veterano da política conhecido por seu discurso antiárabe e seu populismo agressivo, assumiu a pasta da Defesa em maio, permitindo que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pudesse consolidar uma frágil coalizão formando um dos governos mais conservadores da história de Israel.

"Não temos nenhuma intenção de começar uma nova guerra contra nossos vizinhos da Faixa de Gaza, ou na Cisjordânia (território palestino ocupado por Israel), no Líbano ou na Síria", dois países com os quais Israel segue tecnicamente em guerra, afirmou Lieberman.
 

Israel: líder de ONG oposto à colonização pode perder nacionalidade

 

David Bitan, chefe da coalizão parlamentar do governo israelense conservador, quer revogar a nacionalidade do diretor de uma ONG do país que defende os direitos humanos e que expressou diante da ONU sua oposição às colônias.

O deputado Bitan, membro do Likud, partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, declarou na sexta-feira a um canal de TV que "examinava a possibilidade legal" de revogar a nacionalidade israelense de Hagai El Ad, diretor da ONG B'Tselem.

Segundo analistas, a iniciativa do deputado tem poucas chances de se concretizar, pois a lei só revoga a nacionalidade em casos confirmados de "terrorismo, traição ou espionagem".

Hagai El Ad participou no último fim de semana de uma reunião do Conselho de Segurança sobre as colônias.

Lá, El Ad denunciou 29 anos de "injustiças, ocupação da Palestina e o controle israelense de vidas palestinas em Gaza, na Cisjordânia e no leste de Jerusalém".

Em uma mensagem no Facebook, Netanyahu considerou que a fala de El Ad era uma "ação contra Israel" e acusou a B'Tselem de querer obter, mediante "pressão internacional", o que "fracassou em conquistar via eleição democrática em Israel".

Já David Bitan considerou que o discurso de El Ad "é um flagrante abuso de confiança de um cidadão israelense contra o Estado e que deveria, por isso, procurar outra nacionalidade".

Zehava Galon, líder do partido de esquerda Meretz – oposto à colonização -, destacou no Twitter que ainda que Bitan procure "obter benefícios políticos a partir da B'Tselem", suas palavras eram "muito perigosas".

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