O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schauble, anunciou nesta terça-feira um grande aumento dos orçamentos para a segurança nas áreas interna e externa nos próximos anos, um mês e meio depois dos dois primeiros ataques jihadistas no país.
Schauble fez estas declarações em seu discurso inicial durante a primeira revisão no Bundestag (Câmara Baixa) do projeto de orçamentos do governo federal para o ano que vem, argumentando que tanto as ameaças quanto os temores são cada vez maiores em um contexto internacional incerto.
"Por isso continuamos aumentando os meios para a segurança nos âmbitos interno e externo. É uma prioridade", afirmou o ministro após considerar que a Alemanha e a Europa estão "experimentando uma mudança" e que as "preocupações são cada vez maiores".
Ele detalhou que o orçamento para Defesa se elevará em 1,7 bilhão de euros no ano que vem, com relação a este ano, e em 10 bilhões até 2020, conforme o plano financeiro apresentado também de forma paralela aos orçamentos de 2017.
Schauble reconheceu que as missões militares internacionais "nem sempre foram bem-sucedidas", mas considerou que no mundo atual "também não se pode passar sem nenhuma intervenção".
Em matéria de defesa, ele defendeu o início de um estudo e a progressiva integração das forças armadas dentro da União Europeia. Além disso, indicou que o plano financeiro contempla um aumento da despesa em segurança interna de 2,2 bilhões para 2020.
"Não existe nem vai existir uma política econômica em segurança interna", disse o político conservador frente às críticas do resto dos partidos.
No final de julho, a Alemanha registrou os dois primeiros ataques jihadistas em seu território, em Ansbach e Würzburg, realizados por cidadãos que deram entrada em pedidos de asilo e nos quais os dois terroristas morreram e cerca de 20 pessoas ficaram feridas.