Briga por fronteira pode levar a conflito com Sudão do Sul, diz líder sudanês

Bashir – cuja prisão é requerida pelo Tribunal Penal Internacional, que o acusa de crimes de guerra em Darfur – disse que o Sudão “não vai lutar a não ser que seja forçado a tal”, mas alegou que a região fronteiriça de Abyei é parte de seu país, e não do Sudão do Sul.

Conflitos recentes em Abyei e em outras áreas de divisa, que são ricas em petróleo, deixaram milhares de mortos e refugiados e quase ameaçaram o processo de paz entre Sudão e Sudão do Sul. E as escaramuças continuam.

No último sábado, o Sudão do Sul declarou sua independência, se tornando o país mais novo do mundo. Mas a nação enfrenta enormes desafios: além de seus altos índices de pobreza, ainda tem de definir o traçado de sua fronteira com o vizinho do norte, o Sudão, bem como a partilha de sua dívida e dos lucros obtidos com o petróleo.

Bashir, que saudou a independência sulista na cerimônia de sábado, declarou neste domingo ao programa HardTalk que, “no passado, fomos (em referência ao Sudão) forçados a lutar quando (líderes do Sul) tentaram impor uma nova realidade” em Abyei e que a repetição disso poderia levar a novos confrontos armados.

Os dois lados lutaram durante décadas, em guerras que deixaram estimados 1,5 milhão de mortos.

Reconhecimento

O Sudão do Sul nasceu com festas no último sábado. Milhares de pessoas foram às ruas celebrar a independência do país, após um acordo de paz em 2005 e um referendo em janeiro, em que a maioria votou pela separação em relação ao norte.

O Itamaraty divulgou comunicados em que anunciou formalmente o estabelecimento de relações diplomáticas com o Sudão do Sul.

"O governo brasileiro reitera sua disposição em cooperar com a República do Sudão do Sul e de contribuir para seu desenvolvimento social e econômico sustentável", disse em nota a Chancelaria brasileira.

Outros países também reconheceram a soberania da nova nação.

O presidente americano, Barack Obama, disse em comunicado que "o mapa do mundo foi redesenhado", citou o "sangue derramado e as lágrimas choradas" no Sudão, mas também "as esperanças que foram cumpridas por tantos milhões de pessoas".

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