“Não há motivo para otimismo na crise ucraniana”, diz Steinmeier

O ministro do Exterior da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, disse nesta terça-feira (18/11), não estar otimista sobre um fim para a crise na Ucrânia por causa de uma "perigosa" escalada dos conflitos no leste do país.

"Não há motivo para otimismo na situação atual", disse numa coletiva de imprensa em Moscou, após um encontro com o colega de pasta russo, Sergei Lavrov. Antes da visita à capital russa, onde também se reuniu com o presidente Vladimir Putin, Steinmeier passara pela Ucrânia.

O ministro alemão apelou a todos os lados para que não abandonem o acordo de cessar-fogo de Minsk, assinado no início de setembro, que parece cada vez mais frágil. "O compromisso de Minsk não é perfeito, mas é a única coisa que é apoiada por todos os parceiros chaves – a União Europeia, os Estados Unidos, as partes do conflito ucraniano e Rússia", disse.

Steinmeier reiterou que o acordo estabelecido em Minsk, no início de setembro, está repetidamente sendo violado, mas que a melhor maneira de parar o conflito que já matou mais de quatro mil pessoas é justamente fazer com que ambas as partes cumpram o que foi assinado. "Mesmo que haja motivos para dizer que as obrigações mais importantes não foram cumpridas, abandonar esse documento seria uma grande perda", disse.

O ministro pediu uma linha de divisão entre as tropas do governo ucraniano e os rebeldes pró-Rússia, o mais rápido possível, a fim de preservar a paz na região.

A visita de Steinmeier a Moscou é a primeira de um ministro do alto escalão europeu desde julho, quando as relações entre o Ocidente e a Rússia retrocederam a níveis pós-Guerra Fria. "Precisamos estar conscientes de que, 25 anos após a queda do Muro de Berlim, estamos diante da estagnação da interlocução em vez do diálogo, do fechamento em vez do intercâmbio e do confronto em vez da cooperação", disse.

O encontro entre Steinmeier e Putin desta terça-feira, que não havia sido planejado e durou pouco mais e uma hora, aparentemente não trouxe avanços significativos aos esforços para solucionar o conflito na Ucrânia. Segundo o ministro alemão, foram discutidos caminhos para sair da crise, "que poderiam abrir novas perspectivas de cooperação". A conversa foi "aberta e séria", declarou, sem revelar mais detalhes.

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