Manobras militares da Rússia são inaceitáveis, diz premiê japonês

Elaine Lies

O Japão protestou com veemência nesta quarta-feira contra um exercício militar russo em ilhas do Pacífico que também são reivindicadas pelos japoneses e tem causado tensão nas relações entre os dois países desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

Os exercícios nas ilhas disputadas representam um golpe contra os esforços do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, de aproximação com a Rússia, rica em recursos, e de manutenção de um canal de diálogo aberto, apesar da crise na Ucrânia.

A Rússia assumiu o controle das ilhas das mãos do Japão nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial e uma disputa pelo território tem impedido os países vizinhos de assinarem um tratado de paz formal.

As ilhas são conhecidas com Kuriles do Sul na Rússia e Territórios do Norte no Japão.

"A condução desse tipo de exercícios nos Territórios do Norte é totalmente inaceitável", disse Abe a jornalistas.

O Japão protocolou um "forte protesto" na embaixada russa em Tóquio, disse o Ministério das Relações Exteriores japonês em comunicado, afirmando que os exercícios são "extremamente lamentáveis".

O Japão já havia expressado indignação logo no início dos exercícios militares, mas reiterou sua objeção nesta quarta-feira.

Premiê japonês

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, declarou à imprensa, na quarta-feira, que seu país não pode aceitar a realização dos exercícios por parte da Rússia.

O ministro para Assuntos sobre os Territórios do Norte, Ichita Yamamoto, afirmou à NHK que as ilhas em questão são 100% pertencentes ao território japonês, tanto historicamente como de acordo com o direito internacional.

Yamamoto disse que esperar fazer com que a validade das reivindicações japonesas seja conhecida em todo o mundo.

Analistas afirmam que os exercícios podem posteriormente restringir as relações entre o Japão e a Rússia, que mostraram sinais de afastamento em decorrência da situação na Ucrânia.

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