A ONU condenou nesta quarta-feira o "escandaloso e injustificável" ataque do Exército de Israel contra uma escola do organismo na Faixa de Gaza e exigiu que os responsáveis sejam levados à Justiça.
"O secretário-geral, Ban Ki-moon, acaba de condenar nos termos mais enérgicos o ataque contra a escola de nossa agência para os refugiados palestinos e pede que se faça justiça", disse perante a imprensa o subsecretário-geral, Jan Eliasson.
Eliasson, por sua vez, indicou que o ataque deixou pelo menos 16 civis mortos, incluídos várias crianças, e mais de 100 feridos, enquanto "toda a informação indica" que a escola da UNRWA em Jabalya foi impactada por artilharia israelense.
O subsecretário-geral, que se mostrou "comovido e consternado" com tal ataque, lembrou que milhares de civis se encontravam na escola "sob proteção das Nações Unidas", já que os mesmos tinham sido evacuados de seus lares pelas próprias Forças Armadas de Israel.
Após qualificar a ação de Israel em Gaza de "extremamente desproporcional", Eliasson indicou que, desde o início do conflito há quase três semana, mais de 1.200 pessoas morreram, a maioria civis palestinos, "dos quais 20% são crianças".
"Faz sentido se arriscar a provocar um grande número de vítimas civis para alcançar um alvo militar?", questionou Elliason, que reiterou que a resposta israelense "é tão violenta" que surgem questões "sobre a necessidade de prestar contas".
O subsecretário-geral disse que chegou o momento de dizer "já basta" e, por isso, instou todas as partes a pôr fim à violência de forma "imediata", já que, segundo ele, a população civil deve estar no centro da agenda.
A escola-albergue do campo de refugiados de Jabalya, situada ao norte da Faixa, foi atacada no começo da manhã pela "artilharia israelense", ação que a ONU considera como uma violação do direito internacional humanitário.
Por sua parte, o Exército israelense disse não ter constância do ataque contra esse complexo, embora tenha reconhecido que dezenas de alvos em Gaza tinham sido bombardeados durante a madrugada.