EUA ordenam revisão de força nuclear após escândalos com oficiais

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, ordenou nesta quinta-feira uma profunda revisão da força nuclear do Pentágono após os escândalos por posse de drogas e fraude em testes nos quais estão envolvidos 37 de seus oficiais.

"Confiamos na segurança do arsenal nuclear deste país, mas dito isto, está claro que temos alguns problemas. Embora a maioria deles, aparentemente, sejam de caráter pessoal", disse nesta quinta-feira o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

A decisão do Departamento de Defesa de fazer uma minuciosa revisão de sua força nuclear acontece uma semana depois que 37 oficiais das bases de lançamentos de mísseis nucleares foram suspensos por posse de drogas e fraude em exames de certificação.

Em resposta a esses escândalos, o Pentágono convocará uma reunião especial entre oficiais de diferentes categorias para examinar "a saúde" da força nuclear, assim como dará 60 dias para a elaboração de um "plano de ação" e nomeará um comitê de antigos membros para que façam uma revisão independente.

O porta-voz do Departamento de Defesa admitiu nesta quinta-feira que "existem problemas sistêmicos" na seção nuclear do Pentágono, onde alguns oficiais "não cumpriram com suas responsabilidades".

Por isso, Hagel pretende que a exaustiva revisão leve a uma solução desses problemas, assim como uma "prestação de contas" por parte dos oficiais envolvidos nos escândalos.

Entre os oficiais investigados, 34 deles com cargos de responsabilidade nas instalações nucleares na Base Aérea de Malmstrom, no estado de Montana, fraudaram em testes e outros três estão envolvidos em um caso de posse de drogas.

A investigação do Pentágono, na qual foram revelados esses escândalos, começou pelas suspeitas de posse de drogas de uma dezena de soldados em seis bases militares americanas nos EUA e no Reino Unido, duas das quais controlam arsenais nucleares: Malmstrom e Warren, no estado de Wyoming.

A investigação foi ampliada depois e 34 oficiais da Base Aérea de Malmstrom foram punidos por terem obtido certificações de maneira fraudulenta.

Os que fraudaram os testes perderão os certificados obtidos e outros 190 oficiais encarregados dos mísseis nucleares serão obrigados a passar de novo pelas provas.

Esses escândalos se somam ao do mês passado, quando o Pentágono expulsou um general encarregado dos mísseis nucleares terrestres dos Estados Unidos por ter se embebedado e passado tempo com mulheres durante uma viagem à Rússia.
 

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