Número de mortos subiu no Afeganistão em 2013, diz ONU

O número de civis mortos no Afeganistão subiu em 2013, enquanto o conflito se expande antes que as tropas estrangeiras deixem o país no final do próximo ano, declarou um representante da ONU nesta terça-feira. As Nações Unidas registraram 2.730 mortos e 5.169 feridos em ataques nos primeiros 11 meses do ano, disse o representante especial da ONU para o Afeganistão, Jan Kubis, ao Conselho de Segurança. Esse número é 10% mais alto do que em 2012, acrescentou.

Um relatório recente da ONU aponta que metade das vítimas foi causada por bombas nas estradas e por atentados suicidas. "São os civis que continuam suportando o embate do conflito", disse Kubis, destacando que os grupos armados de oposição, como os talibãs, são responsáveis pela maioria das mortes. O enviado da ONU disse que o "crescente conflito" nas províncias anteriormente tranquilas no oeste e no norte está "criando um certo alarme".

Os 46 mil militares americanos e os 27 mil de outros países já começam a deixar o Afeganistão gradualmente, como parte da retirada a ser concluída até o fim de 2014. O presidente afegão, Hamid Karzai, frustrou as nações ocidentais, porém, ao se recusar a assinar um acordo de segurança com os Estados Unidos para permitir a assistência militar americana a partir de 2015.

Kubis disse que os líderes dos países vizinhos expressaram sua preocupação com a incerteza e "a potencial volatilidade, depois de 2014, se houver um vazio que possa estimular a expansão do terrorismo internacional vinculado à Al-Qaeda".

O governo americano pressionou Karzai, repetidamente, para que ele firme o acordo, e a mensagem foi levada por aliados como Austrália, Canadá, Grã-Bretanha e França ao Conselho de Segurança. "Um acordo de segurança bilateral entre Afeganistão e Estados Unidos é uma pré-condição para o compromisso australiano depois de 2014", disse o embaixador da Austrália na ONU, Gary Quinlan. As tropas australianas deixam o Afeganistão neste mês.

Kubis disse ainda que há um interesse "ampliado" nas eleições no Afeganistão. Cerca de 3,2 milhões de cédulas já foram emitidas, sendo um terço delas para mulheres. O representante da ONU pediu aos 11 candidatos que se comprometam com eleições "justas" e "limpas" para "contribuir para a unidade nacional, e não inflamar, ou exacerbar tensões".

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