A controladora da Airbus, a EADS, se tornou alvo de críticas das acionistas Alemanha e França nesta terça-feira por planos de cortar 5.800 postos de trabalho, mas seu presidente-executivo disse que ignorar os fracos mercados aeroespacial e de defesa colocaria mais empregos em risco.
A EADS disse que uma reorganização de três anos de suas atividades espaciais e de defesa afetaria 4.500 empregos em sua principal folha de pagamentos, dos quais 1.500 serão realocados para a fabricante de aviões comerciais Airbus e a unidade de helicópteros Eurocopter.
A empresa divulgou números mostrando que a fatia maior de cortes recairá sobre a Alemanha, onde 2.000 empregos serão eliminados em comparação a 1.260 na França, 557 na Espanha e 450 no Reino Unido.
O plano prevê entre 1.000 e 1.450 demissões forçadas e a EADS não renovará 1.300 contratos de trabalho temporários.
"Fazemos um apelo à companhia aeroespacial para que seja tão cuidadosa e socialmente prudente quanto possível no corte destes postos de trabalho e assumimos que estes cortes não serão feitos à desvantagem desproporcional das instalações na Alemanha", disse o ministro da Economia alemão.
Na França, o governo socialista disse que não aceitará redundâncias forçadas.
"Esta empresa gera lucro … e se deseja se reestruturar e se adaptar, ótimo. Mas ela também tem um dever … de adotar medidas para evitar quaisquer redundâncias", disse o ministro do Trabalho, Michel Sapin.
Enders disse que a EADS agiu para evitar cortes ainda piores ante orçamentos de defesa europeus em redução e uma crescente concorrência e pedidos fracos no mercado espacial.