General brasileiro pacifica o Congo

Leonídio Paulo Ferreira
Diário de Notícias – Portugal

Santos Cruz liderou uma experiência inédita entre os chamados capacetes azuis: a Brigada de Intervenção, uma unidade de soldados da ONU que tem autoridade e equipamentos para ações ofensivas que garantam a manutenção da paz em regiões de conflito. Foi assim que, ao lado do exército congolês, o comandante brasileiro conseguiu derrotar os rebeldes do grupo armado M23.

Quando de sua nomeação para o posto de comandante da Monusco, o general brasileiro, que também dirigiu as operações de manutenção da paz no Haiti, chamou atenção para a relevância da escolha da ONU: “Isso faz parte do prestígio do Brasil que há tempos vem se projetando no cenário internacional. É a combinação da diplomacia, da experiência militar e da determinação do governo”.*

– Santos Cruz comanda capacetes azuis que ajudaram a República Democrática do Congo a derrotar os rebeldes do M23. General falou ao DN por telefone a partir de Kinshasa, recém-chegado de Goma. Aqui ficam excertos.

Situação militar no Kivu Norte: "Situação na cidade de Goma está hoje sob controlo. As forças armadas congolesas controlam toda a área que antes estava dominada pelo M23."

Riscos de mais massacres de civis: "Em relação ao M23, a preocupação deixou de existir. Mas no Kivu Norte existem mais grupos armados."

Capacetetes azuis em operações ofensivas: "Para assegurar a paz não existe fórmula. Sempre é preferível que não se tenha conflito, mas a realidade muitas vezes obriga a tomar medidas sérias a fim de não permitir que grupos armados façam atrocidades."

Liderar 20 mil militares de mais de 30 países: "Os valores militares são os mesmos no mundo inteiro: a hierarquia, a disciplina, a obediência às ordens, o espírito de cumprir a tarefa a qualquer preço."

Ser brasileiro, falar português, em África: "Como o Brasil também tem um pouco de raízes africanas, é fácil perceber como aqui é um lugar maravilhoso, muito bonito. Então toda essa simpatia pelo local e pelo povo ajuda a gente a se sentir bem e a trabalhar da melhor maneira pela paz."

*Intrudução MD Brasil

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