Dilma parte para a França, primeira escala de uma viagem que inclui a Rússia

A presidente Dilma Rousseff viajou neste domingo (09) para Paris, onde se reunirá com o presidente francês François Hollande e participará de um fórum econômico antes de seguir para uma visita oficial de dois dias à Rússia.

A chefe de Estado começará com uma agenda pessoal na capital francesa e já na terça-feira terá um primeiro encontro com o presidente francês, com quem irá à inauguração do fórum "O Crescimento como Saída para a Crise".

O evento foi organizado em conjunto pela Fundação Jean Jaurès e o Instituto Lula, fundado no ano passado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estará presente nas duas jornadas do fórum.

Segundo disseram à Agência Efe fontes do instituto, também foram convidados representantes de diferentes organismos multinacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).

Dilma, Hollande e Lula, junto com os membros de organismos internacionais, de sindicatos e movimentos sociais, debaterão a atual crise financeira global, seu impacto nas sociedades e nos países emergentes e tentarão definir alternativas para que a economia possa estar "a serviço dos povos e do progresso".

Após a inauguração do fórum, a presidente e Hollande terão uma reunião particular na qual discutirão diversos aspectos da agenda global, como a crise na Síria e as turbulências econômicas que sacodem o mundo, assim como a relação bilateral, fortalecida em diversas áreas, com especial ênfase no setor de Defesa.

Um dos assuntos que a França deseja tratar na reunião, segundo fontes oficiais consultadas pela Efe, é a concorrência para a compra de 36 caças-bombardeiros realizada pelo Brasil, suspenso há dois anos e em que participam os aviões franceses Rafale, produzidos pela empresa Dassault.

Nessa licitação, que pode ser retomada durante o primeiro semestre de 2013, os Rafale concorrem com os Gripen da empresa sueca Saab e os F-18 Súper Hornet da americana Boeing que, segundo a revista "Istoé" publicou neste sábado, seriam os preferidos da Força Aérea Brasileira.

O Brasil e a França mantêm uma estreita cooperação na área da Defesa, reforçada por acordos assinados em 2009 que incluem projetos de cooperação para a construção de cinco submarinos, um deles de propulsão nuclear, e 50 helicópteros do modelo EC-725 da empresa Eurocopter, filial do grupo europeu EADS.

O equipamento militar será adquirido em sua totalidade pelo Brasil e montado em parte em instalações que estão sendo construídas nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Além disso, Dilma tem interesse em discutir a cooperação que a França ofereceu a seu programa "Ciência sem Fronteiras", através do qual o governo deve oferecer bolsas de estudos a cerca de 100 mil estudantes para que estudem em áreas científicas e tecnológicas nas principais universidades do mundo.

Antes de viajar na quarta-feira para Moscou, a governante se reunirá com autoridades da prefeitura de Paris e do Parlamento francês.

Em Moscou, onde ficará quinta-feira e sexta-feira, a presidente tem encontros previstos com o presidente Vladimir Putin e com o primeiro-ministro Dmitri Medvedev, entre outras autoridades russas.

Além disso, Dilma participará de um seminário que reunirá empresários russos e brasileiros, no qual será discutida a cooperação econômica e comercial entre os dois países e também no âmbito do grupo Brics, que Brasil e Rússia formam junto com a Índia, China e África do Sul.

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