Não à toa os militares da Força Aérea Brasileira (FAB) pressionam a presidente Dilma Rousseff a bater o martelo sobre o programa FX-2, que tem por objetivo capacitar o país com caças com velocidade e componentes para assegurar a soberania em território brasileiro. A frota, que já não atende aos objetivos estratégicos do país, terá novo revés no fim do ano, quando os caças Mirage 2000 serão desativados.
O programa — hoje orçado em cerca de US$ 7 bilhões e que tem por objetivo a aquisição de 36 aeronaves novas —se arrasta desde 2000, quando o ex-presidente Fernando Henrique aprovou o Programa de Fortalecimento do Controle do Espaço Aéreo Brasileiro. À época, era uma disputa entre quatro países: França, Suécia, Rússia e EUA.
O tempo passou, o dinheiro faltou e o programa não se concretizou. Em 2007, todo o planejamento foi reformulado com a chegada ao mercado de aeronaves mais modernas. Novos concorrentes se apresentaram, e o governo reabriu a concorrência. Foi o tempo em que o F-18 entrou na disputa, junto com o Rafale C, um modelo de fabricação francesa que agregava um valor: a possibilidade de transferência de tecnologia.
As especulações eram crescentes até que, no dia 7 de setembro de 2009, Lula e Nicolas Sarkozy fizeram o mais importante anúncio do programa FX-2. Parecia o fim da disputa:
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a decisão da parte Brasileira de entrar em negociações com o GIE Rafale para a aquisição de 36 aviões de combate" dizia comunicado oficial.
O anúncio não só pegou o comando da FAB de surpresa. Não prosperou. Os prazos para os concorrentes melhorarem suas propostas foram reaberto. E, até hoje, o governo mantém o suspense sobre quem vencerá a mais importante concorrência da história da FAB.